Famílias ficam as margens da BR e Incra fornece kit barraca

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As famílias que são retiradas das propriedades localizadas nos 165 mil hectares demarcados como terra indígena Marãiwatsédé, de propriedade dos xavantes, estão sendo “alojadas” às margens de uma rodovia, nas proximidades do assentamento Bordolândia.

A afirmação é da diretoria da Associação dos Produtores Rurais da Gleba Suiá Missú (Aprosum), que reclamam da falta de planejamento dos órgãos envolvidos no processo de desintrusão.

“O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) está dando kit lona para as famílias”, critica o presidente da Aprosum, Renato Teodoro.

Mantido pelo Incra, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável de Bordolândia fica a cerca de 50 quilômetros do distrito de Posto da Mata e já passou por três processos de desintrusão desde sua criação, em setembro de 2009.

A mais recente delas teve início em outubro deste ano e foi concluída no início da semana. Destinado ao assentamento de aproximadamente 600 famílias e manutenção de áreas de reserva legal, o local vem sofrendo invasões de produtores rurais.

Conforme o Incra, os ocupantes irregulares abrem trilhas na mata, extraem a madeira ilegalmente e promovem queimadas para criação de pasto. Em 2010, cerca de 450 cabeças de gabo foram encontradas dentro do perímetro do assentamento.

A própria autarquia afirma que as famílias retiradas da Gleba Suiá-Missú não devem ser assentadas em Bordolândia. A previsão é de levá-las para o assentamento Santa Rita, em Ribeirão Cascalheira.

Dos 157 produtores que procuraram o órgão, no entanto, apenas pouco mais de 80 se encaixaram no perfil para serem beneficiados com lotes. O Incra avalia a possibilidade de criar um assentamento pára-rural para aqueles que não tiverem o perfil de clientes da reforma agrária.

O projeto prevê a criação de uma vila nas proximidades da zona urbana de Alto Boa Vista ou São Félix do Araguaia, mas ainda é tratado apenas como hipótese pela autarquia.

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