Comandante do CB diz que caso de Rodrigo foi isolado e que bombeiros precisam chegar ao limite

424 0

Do: Olhar Direto

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

“Foi uma situação isolada em 55 anos da nossa instituição”. Foi assim que o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel BM Alessandro Borges, classificou o episódio da morte de Rodrigo Claro, após um treinamento da instituição. Segundo ele, a instituição trabalha para evitar que casos do tipo ocorram e voltem a se repetir. Porém, destaca que estes tipos de profissionais precisam ser levados ao limite, já que enfrentarão situações de vida ou morte.

“Não é só a história do Corpo de Bombeiros que fala por si. Há muito tempo, somos a instituição, no Brasil, com maior credibilidade e aceitação. É um trabalho feito desde o império. A instituição é voltada para atender o cidadão quando ele mais precisa. Obviamente, algumas situações acontecem. O Corpo de Bombeiros atua com bastante celeridade e energia, justamente para estas coisas que aconteceram e que irão acontecer, não se repitam. Não temos nenhum problema de discutir qualquer tipo de assunto”, pontuou o comandante em entrevista ao Olhar Direto.

Para o comandante, o caso de Rodrigo Claro foi uma situação isolada em 55 anos da instituição. “Aconteceu. Tratamos com transparência, estamos prestando conta à sociedade e tenho certeza que situações pontuais como estas não irão abalar a nossa imagem e credibilidade. Neste ano, já batemos mais de 90 mil ocorrências atendidas”.

“Nossa profissão é arriscada. No treinamento, você tem que chegar ao limite. Se o militar não tiver um treinamento exaustivo, chegar ao limite da sua capacidade, ele será mais uma vítima no atendimento de uma ocorrência. É a mesma coisa do Batalhão de Operações Especiais (Bope), outras situações de elite, em que é necessária uma preparação grande”, finaliza.

Rodrigo Claro morreu após treinamento dos Bombeiros,  coordenado  pela tenente Izadora Ledur Souza Dechamps, na Lagoa Trevisan, em novembro de 2016.

Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 do dia 16 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento do curso dos bombeiros, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O jovem teria passado por sessões de afogamento e agressões por parte da tenente Izadora Ledur.

O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição. Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma, mas acabou falecendo.

Jane Claro, mãe de Rodrigo, afirma que a morosidade do processo na Justiça traz o sentimento de que a morte dele seja tratada como algo sem importância.
“Isso aí é um teste psicológico, porque é massacrante tudo isso, a gente vai, participa de audiência, e vão adiando, adiando, e até o momento já se foram três anos, mas até agora o único punido foi o Rodrigo, que perdeu sua vida, e a família com o sofrimento diário. Porque todos os envolvidos até o momento continuam suas vidas normalmente, nada acontece contra eles, então para nós isso é muito dolorido, porque o que dá a entender é como se tivessem matado uma formiguinha e não tem importância nenhuma, mas não é bem assim”, disse.

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *