Aliança dos partidos tem forte influencia do tempo de cada um no horário eleitoral da TV

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Sem coligação, Lúdio Cabral lideraria corrida e Carlos Brito largaria na lanterninha

A luta por mais tempo no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão é um dos aspectos que mais pesam na hora de definir as coligações partidárias.
Em Cuiabá, a indefinição sobre alianças tem causado reviravoltas no cenário e, com isso, a previsão do horário eleitoral se tornou uma incógnita.

Consultado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso informou que o tempo que cada candidato terá no horário eleitoral só será definido após o registro das candidaturas e coligações.
O tempo reservado aos partidos que não participarem de fato da disputa eleitoral em Cuiabá será dividido entre os que entrarem na corrida.

Hoje, cinco pré-candidatos estão colocados na corrida pelo comando do Palácio Alencastro – Mauro Mendes (PSB), Lúdio Cabral (PT), Guilherme Maluf (PSDB), Carlos Brito (PSD) e Totó Parente (PMDB).

O petista Lúdio Cabral lidera no quesito tempo de propaganda. Com a maior bancada de deputados federais do país, o PT tem direito a 3 minutos e 46 segundos. Na sequência, o peemedebista Totó Parente tem 3 minutos e 23 segundos de exposição.

O tucano Guilherme Maluf está em terceiro, com 2 minutos e 26 segundos. Já o empresário Mauro Mendes tem apenas 1 minuto e 40 segundos pela cota do PSB.

Entre os pré-candidatos, Carlos Brito larga na lanterna do horário eleitoral, pois o PSD ainda não tem direito a tempo proporcional de propaganda, restando apenas 20 segundos de tempo na TV.

Além disso, o procurador Mauro, que já foi homologado como candidato do PSOL, concorrerá com chapa pura, sem coligação. A sigla tem direito a 27 segundos de propaganda eleitoral.

Partidos assediados

Com as campanhas fortemente baseadas no marketing midiático, o apoio de outras legendas é vital para que o candidato tenha um período de exposição confortável na TV e no rádio. Afinal, se compor uma coligação, ele poderá multiplicar seu tempo de propaganda.

Nesse cenário, os grandes partidos que não lançam candidatos próprios, mas que possuem estrutura e poderio político a oferecer, além de uma boa cota de propaganda eleitoral, viram alvos preferenciais dos candidatos.

Nesse caso, se enquadram o DEM do ex-prefeito Roberto França e do cacique Jaime Campos (com 2 minutos e 1 segundo); o PP do deputado federal Pedro Henry e o PR  do senador Blairo Maggi (ambos com 1 minuto e 56 segundos); e o PTB do prefeito Chico Galindo (1 minuto e 9 segundos).

Por outro lado, há também aqueles partidos sem liderança expressiva na Capital, mas com tempo considerável na TV, e que acabam sendo muito assediados. É o caso do PSC, com 1 minuto de TV, e do PCdoB e do PV, que têm, cada um, 55 segundos de exposição.

A tendência do PV é apoiar Mauro Mendes, repetindo a aliança das últimas eleições. A sigla foi assediada pelo PT e pelo PR, quando o partido ainda tinha o projeto de candidatura própria, com o vereador Francisco Vuolo.

Já o PCdoB, depois de negociar com todos os candidatos da base aliada do Governo Dilma Rousseff (PT), fechou com o PMDB. O PSC, por sua vez, selou aliança com o PSD de Carlos Brito.

Impacto das coligações

Após a reafirmação da candidatura própria do PMDB, nesta sexta-feira (22), e a garantia dos líderes peemedebistas que as negociações entre o partido e Mauro Mendes chegaram ao fim, a pretensão do pré-candidato do PSB de formar a maior coligação desse pleito parece ter sido sepultada.

Mendes sonhava em colocar no mesmo palanque o movimento “Mato Grosso Muito Mais” (PSB, PPS, PDT e PV), além do PR e do PMDB. Com isso, ele conseguiria mais de um terço do horário eleitoral – 10 minutos e 8 segundos.

Até o momento, porém, ele tem garantido apenas o apoio do PPS que, com seus 48 segundos, já eleva sua cota da propaganda para 2 minutos e 28 segundos. Se o pré-candidato conseguir manter também o apoio dos outros dois partidos do movimento (PDT e PV), sua participação sobe para 4 minutos e 49 segundos.

Com o PR nesse arco de alianças, o empresário teria 6 minutos e 45 segundos de TV. No entanto, se o PDT do senador Pedro Taques (PDT) abandonar o barco, conforme o partido tem sinalizado nas últimas semanas, Mendes pode perder a cota de 1 minuto e 26 segundos do partido.

Por outro lado, o PMDB surge com a candidatura de Totó Parente. Com a confirmação do apoio do PCdoB, Totó acumula 4 minutos e 18 segundos. Se Parente conseguir todos os apoios que pretende (falta definição do PR e PPL), terá 6 minutos e 34 segundos. Sem o PR, sua expectativa cai 4 minutos e 38 segundos.

Já o petista Lúdio Cabral trabalha para conseguir montar uma coligação com PDT e PPL, o que totalizaria 5 minutos e 32 segundos. Se o PDT continuar com Mauro Mendes, a pretensão de Lúdio se reduz para 4 minutos e 6 segundos.

O tucano Guilherme Maluf já tem o apoio do PTdoB e do PP, e mantém conversações avançadas com o DEM. Se conseguir fechar o arco com esses três partidos, ele terá 6 minutos e 50 segundos de propaganda. O PTB também está na mira do deputado e, se entrar para a aliança tucana, elevará o tempo de Maluf para 7 minutos e 59 segundos.

O PTB, com o poder da máquina governamental, o prefeito Chico Galindo, a maior bancada de vereadores da Câmara (5 parlamentares), e seu 1 minuto e 9 segundos de TV, é alvo de disputa entre Maluf e Carlos Brito.

Brito, por sua vez, garante que, mesmo sem o PTB, já conseguiu apoio de partidos suficiente para ter 5 minutos de propaganda eleitoral. Até agora, ele anunciou o apoio do PSC, PSDC e PRTB, que lhe dão direito a 2 minutos e 5 segundos de propaganda. Se conseguir cooptar o PTB e o DEM, o social-democrata vai abocanhar 5 minutos e 15 segundos do horário eleitoral.

Entenda a divisão

Um programa eleitoral para prefeito ou vereador dura 30 minutos, dos quais 10 minutos serão divididos de forma igualitária entre todos os 29 partidos aptos a disputar a eleição deste ano – o que resulta em 20 segundos e alguns décimos para cada agremiação.

Os outros 20 minutos são divididos de forma proporcional, com base na representação que cada partido tem na Câmara Federal. Quem elegeu mais deputados, tem mais tempo. Por isso os partidos criados após as últimas eleições, como o PSD e o PPL, não têm direito a essa cota proporcional.

Como o PSD já nasceu grande, com uma das maiores bancadas federais, a sigla luta na Justiça para ter direito ao tempo de TV. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) transferiu a responsabilidade de julgar a questão para o Supremo Tribunal Federal (STF), que deve julgar o caso na próxima quarta-feira (27).

Este ano, o horário eleitoral gratuito começará no dia 21 de agosto e se encerrará em 4 de outubro. As eleições serão no dia 7 de outubro.

 

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