Do: Midia News
No total, 91 firmas foram citadas pelo ex-governador do Estado em acordo firmado com a PGR
O ex-governador Silval Barbosa presta depoimento neste momento, na Controladoria Geral do Estado (CGE), em Cuiabá, sobre o envolvimento de cerca de 100 empresas em esquemas de pagamento de propina em sua gestão.
As empresas são alvos de várias auditorias abertas a pedido do governador Pedro Taques (PSDB) para apurar eventuais prejuízos aos cofres públicos por atos registrados na antiga gestão. Em outubro do ano passado, a CGE revelou que detectou um rombo de R$ 1,03 bilhão em contratos da administração passada.
Todas as empresas investigadas foram citadas no acordo de colaboração premiada de Silval, firmado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fuz, no ano passado.
A lista inclui empresas que, direta ou indiretamente, colaboraram ou foram beneficiadas com as fraudes comandadas pelo ex-governador no período em que ele comandou o Estado.
Silval chegou na sede da CGE por volta de 13h50, acompanhado de um advogado. O ex-governador preferiu não falar com a imprensa.
Conforme apurado pela reportagem, ele será ouvido por duas auditores: Cristiane Laura de Souza, que é secretaria-adjunta da CGE, e Nilva Isabel da Rosa, coordenadora das investigações contra as empresas.
As investigações tramitam sob sigilo na CGE. Foi o próprio Silval que se prôpos a contribuir nos processos, numa espécie de “delação administrativa”. Os depoimentos seguem até quinta (18).
A expectativa é que ele esclareça, por exemplo, pagamentos de precatórios, concessão de benefícios fiscais, contratos administrativos e convênios firmados. Ele também deve falar de integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN), operadores financeiros e pessoas físicas e jurídicas que mantinham, ou não, relação com o Governo.
A delação
Entre as empresas citadas por Silval está a 3 irmãs Engenharia, Amaggi Exportações e Importações, Buffet Leila Malouf, Consignum, Consórcio VLT Cuiabá, Delta Construções, Engeglobal Construções, Grupo JBS, Trimec Construções, Rede Cemat e Grupo Martelli.
No caso do Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande que é formado por CAF Brasil, CR Almeida, Santa Bárbara Construções, Magna Engenharia, Astep Engenharia, Cohabita Construções, Todeschini Construções e Terraplanagem, Constil Construções e Terraplanagem, o ex-governador narrou que R$ 18 milhões foram pagos ao grupo para que o contrato com o Estado fosse mantido.
O valor correspondia a 3% do valor da obra e serviu para o pagamento de dívidas de campanha do grupo político do Silval, além de abastecer outros esquemas.