As trapalhadas de Getúlio Viana (PR) em Primavera do Leste, aliada ao radicalismo, à falta de habilidade política e ao discurso contraditório de paladino da moralidade, já que enfrenta vários processos na Justiça por ato de improbidade, enterraram-no de vez da vida pública. Ele está afastado pela segunda vez, sendo a primeira ainda em 2008, antes de assumir o mandato. O município é conduzido pelo então vice Paulo Bersch (PMDB).
Getúlio está pagando caro pela ignorância política. A maioria dos servidores o classifica de truculento. Na Câmara Municipal, com a qual não tinha boa relação institucional, os vereadores também condenam a postura e o jeito de administrar do republicano.
Enquanto Getúlio vinha posando de gestor honesto, o Ministério Público levantou uma série de irregularidades na administração, uma delas na compra de ônibus escolares, o que levou a Justiça a determinar o seu afastamento do cargo.
Isolado, Getúlio passou a pedir socorro ao irmão, deputado Zeca Viana, que tem utilizado a tribuna da Assembleia para disparar críticas e ataques a membros do MPE e insinuar que teria havido conluio político para tirá-lo do poder. O cassado não se conforma. O problema é que se obtiver êxito e retornar ao cargo, há outros 7 processos contra a administração que tendem a “derrubá-lo de novo.
Quem se sente sufocado agora é o prefeito Paulo, encarado pelos Viana com uma certa desconfiança. Com perfil completamente diferente de Getúlio, ele recorre à habilidade política e ao diálogo para não brigar com os dois, mas a tendência é de ruptura. Zeca Viana, presidente regional do PDT, até escolheu outro nome para concorrer às eleições, o advogado e produtor rural Divadir De Pieri, o que contraria Paulo, que já está na lista do PMDB como pré-candidato à reeleição. O prefeito pretende se desvincular da péssima imagem de Getúlio, que vem agindo com tanta interferência como se ainda estivesse no cargo de chefe do Executivo.
Os conflitos provocados por Getúlio vêm desde o primeiro mandato. Em 2008 ele foi eleito, mas teve o registro cassado por causa de uma ação na Justiça movida pelo próprio Paulo, então adversário e que depois se tornou aliado e veio a ser vice-prefeito do próprio republicano. Na época, Getúlio apareceu numa inauguração de obra, o que é proibido pela legislação eleitoral. Ele achava que nunca seria punido por isso, mas acabou impossibilidade de assumir a prefeitura. Recorreu e só conseguiu ser nomeado 45 dias depois.
Para “matar politicamente” os Viana, cujo grupo está rachado com a possibilidade do prefeito Paulo buscar a reeleição, a oposição tem chances reais de conquistar a prefeitura. Aposta na pré-candidatura de Érico Piana (DEM), que comandou o município por 3 gestões. No palanque de Érico vão estar várias lideranças políticas, uma delas o ex-vereador, deputado e apresentador de TV Luizinho Magalhães (PSD).
