Preço do frete desvaloriza em Mato Grosso

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Folha do Estado

O aumento da safra 2011/2012 de grãos em Mato Grosso e a quebra de produção no Sul no país – que levaram a um incremento de caminhões rodando nas rodovias do Estado – provocaram a desvalorização do preço do frete no Estado. Enquanto neste período de “folga” entre colheita da soja e início da colheita do algodão e milho safrinha o frete deveria estar na casa dos R$ 95, é pago apenas R$ 80 pela tonelada. No período da retirada dos grãos a média é de R$ 110 a tonelada. Para renovar frota e recompô-la são necessários alta de 20% ante os preços atuais. Expectativa é que com a colheita do milho e algodão (junho) valor do frete suba ao menos 10%.

A informação é da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC), com sede em Rondonópolis, que revela, ainda, que a taxa rodoviária hoje é 8% menor que há seis anos. Entre 25 de fevereiro e 17 de abril, conforme a Folha do Estado já comentou, o frete com referência ao trajeto Sorriso-Alta Araguaia, caiu 13,9%, de R$ 93 a tonelada para R$ 80.

De acordo com o diretor da ATC, Dirceu Capeleto, o transporte rodoviário possui duas fases, assim como a agricultura, a da colheita e a da ressaca entre o fim de um período de colheita e início de outra. “São nestes períodos que temos as oscilações do frete. Entre fevereiro e março sobre, abril e maio desce, junho a agosto sobe e outubro a dezembro já fica abaixo da linha, até porque não tem o que escoar e período de festas de final de ano”, diz.

Capeleto comenta que o frete em 2012 está menor que há seis anos, sem considerar a inflação. Ele explica que o aumento da produção mato-grossense nesta safra e a quebra do Sul do Brasil fizeram com que muitas empresas e autônomos viesse para o Estado em busca de carga.

“Nosso frete, hoje, nessa ressaca de colheita, deveria estar R$ 95, porém está R$ 80, na referência Sorriso-Alta Araguaia. No período de colheita R$ 110, mas não chega a isso. Precisaríamos de 20% de aumento ante os preços praticados para poder recompor nossa frota e renová-la. Essa migração de caminhões do Sul fez com que nos pagassem menos pelo frete. E como vivemos na ‘lei da procura e oferta’, somos obrigados a aceitar”, frisa o diretor da ATC.

Por Quilômetro

Capeleto comenta que as expectativas para esse reinício de colheita de inverno, milho safrinha e algodão são boas, tanto que esperam um incremento de ao menos 10% no frete.

“Esperamos uma reavaliação do preço do frete entre junho e agosto, até porque é período de colheita do milho e algodão. Vale ressaltar que a cotação é a mesma para qualquer uma das commodities, o que muda é sua avaliação por quilômetro rodado. Cargas de longa distância têm frete maior que às de curta”.

Segundo o diretor da ATC, algumas empresas e autônomos chegam a ampliar em 35% o volume de sua capacidade de carga. “Está se adaptando com eixos a mais. O normal são sete, no caso do bitrem, cuja capacidade é de 37 toneladas. Hoje, se tem o bitrenzão, adaptação do mercado no qual são acrescidos mais dois eixos, elevando para 50 toneladas a capacidade de carga, a mesma de um rodotrem de nove eixos”.

 

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