Policial Civil é condenado a 16 anos de prisão em MT

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Edivaldo dos Santos Moraes, o “Montanha”, de 34 anos, em destaque

Servidor recebia para não prender traficantes que estavam com mandado de prisão expedido pela Justiça

O policial civil Edivaldo dos Santos Moraes, o “Montanha”, de 34 anos, foi condenado pelos crimes de concussão (que é praticado por um funcionário público aproveitando-se do cargo) e tráfico de entorpecentes. A sentença foi de 16 anos, sendo oito por concussão, que inclui a apreensão do entorpecente, bem como da extorsão ao traficante, e o restante por tráfico. Os outros cinco policiais civis denunciados no esquema foram inocentados. Montanha foi preso em flagrante durante uma operação do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que é coordenado pelo Ministério Público Estadual. 

Na ocasião, ele foi filmado quando recebia o dinheiro do traficante. O valor era um pagamento para ele não cumprir o mandado de prisão, que estava em aberto no nome dele. O julgamento ocorreu anteontem à tarde pela 9ª Vara Criminal de Cuiabá. 

Foram absolvidos os policiais civis Manolito Delfino Cesar, Airton Borges Junior, o “Borjão”, Claudio Roberto da Costa, Paulo Brito e Edson Martins da Silva, o “gaguinho?, que já estão em liberdade e aptos a reassumirem suas funções. Manolito, Cláudio e Paulo eram lotados na Delegacia do Complexo do Planalto e os demais, assim como Montanha fazem parte da equipe de investigadores da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital. 

Para o advogado Janone Pereira, que defende os policiais Cláudio e Edson, a Justiça tomou a decisão correta, pois levou em conta a ausência de provas contra os clientes dela. “Com a decisão, se fez Justiça”, destacou. 

Montanha e alguns policiais estavam presos desde maio do ano passado, após policiais Gaeco desarticularam o esquema que envolvia a extorsão de pessoas que estava com a prisão preventiva decretada. 

Inicialmente, o Gaeco prendeu Montanha quando tentava extorquir um homem com a prisão preventiva decretada por tráfico de drogas. Ele estaria cobrando R$ 10 mil para não prendê-lo, mas a vítima acabou procurando o Gaeco que preparou a consumação do flagrante. 

Assim que o policial foi preso os policiais do Gaeco revistaram a viatura usada pelo policial e encontraram com uma mala com 14,5 quilos de maconha. A prisão dos demais policiais ocorreu dias depois, sendo que Edson respondia pelo crime em liberdade e Cláudio estava em prisão domiciliar. 

Conforme o Gaeco, o traficante procurou o MP que entendeu se tratar de concussão, mas precisava de uma prova para dar materialidade no crime. 

A vítima, então, marcou um local, próximo da Ponte Sérgio Motta, em Cuiabá. Lá, com uma câmera oculta, gravou a entrega do dinheiro que foi recebida pelo policial, que saiu na viatura. Em seguida, os policiais abordaram Montanha que ainda tentou resistir a prisão. “Ele chegou a tirar a jaqueta para descaracterizar o crime”, explicou o procurador Paulo Prado. 

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