Pedro Taques e Silvio Costa protagonizam confusão

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Senador Pedro Taques

 

Deputado critica postura de Demóstenes Torres, xinga senador mato-grossense e sai de sala alterado. Pedetista, porém, não entrará com representação por quebra de decoro.

O senador mato-grossense Pedro Taques (PDT) e o deputado federal Silvio Costa (PTB/PE) foram os protagonistas da sessão de ontem (31) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o envolvimento de políticos e agentes privados com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o “Carlinhos Cachoeira”.

Alegando já ter apresentado sua defesa na última terça-feira (29) durante depoimento no Conselho de Ética, o senador Demóstenes Torres (sem partido/GO) usou seu direito constitucional de permanecer em silêncio e não respondeu a nenhum questionamento.

A decisão de Demóstenes gerou um bate-boca entre os parlamentares, o que obrigou o presidente Vital do Rêgo (PMDB/PB) a encerrar a sessão e dispensar o senador, que é um dos principais investigados na CPMI e responde a um processo de cassação.

A discussão teria começado quando Taques interrompeu o deputado pernambucano, durante sua interpelação a Demóstenes, para defender o direito do acusado de permanecer calado. “O senhor [Demóstenes] é membro da quadrilha de Carlinhos Cachoeira”, disparou Costa.

Exaltado, o deputado federal não poupou Taques. “O senhor também é metido a paladino da ética, mas não teve idoneidade comigo, deselegante, interrompe a minha fala para fazer uma questão de ordem sem começo, meio e fim. Vossa excelência é metido a ético, mas precisa aprender a respeitar os companheiros”.

“Vossa excelência não me meça pela sua régua, eu não faço parte de sua chacrinha”, respondeu Taques. Já ao final da sessão, Costa disparou palavras de baixo calão contra o senador.

O pedetista, no entanto, tomou esta atitude por conta das declarações que Costa estava fazendo contra Demóstenes. “Vou te chamar, a partir de agora, de ex-futuro-senador, porque esse seu silêncio é a mais perfeita tradução da sua culpa. Você vai ter 80 votos a favor da sua cassação. Você é um hipócrita, você trabalhou contra o país, você é um demagogo. Você tá calado com medo dos processos”.

Plenário – O senador usou a tribuna na sessão plenária da tarde de ontem (31) para se explicar no ocorrido. Segundo ele, Demóstenes “perdeu uma grande oportunidade” para esclarecer os fatos, mas preferiu exercer seu direito de permanecer calado. ”Eu fui o primeiro a representar contra ele, mas não falar é um direito dele e nós temos que respeitar. Ficando calado ele se igualou a um criminoso”.

Já com relação ao deputado, Taques afirma que não irá representar contra ele para não se “igualar” ao mesmo. “Eu não vou apresentar representação de quebra de decoro contra quem não tem decoro”. Para o senador, Demóstenes tem que ter seu mandato cassado.

O parlamentar afirma que, apesar de o acusado já ter prestado depoimento na CCJ do Senado, seus argumentos não convenceram. Isso porque ele alegou que não tinha conhecimento de que Carlinhos Cachoeira era bicheiro. Além disso, insistiu na tese de que os diálogos interceptados pela Polícia Federal na operação “Monte Carlo” foram reproduzidos de forma “descontextualizada” e disse ser vítima de um “conluio” com vistas “a destruir um parlamentar”.

Afirmou ainda ter atendido somente demandas “legítimas e republicanas” da parte de Cachoeira e admitiu ter recebido um rádio Nextel do bicheiro, mas alegou ter aceitado o presente por “comodidade”, já que o aparelho fazia ligações internacionais.

 

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