Oposição tenta conter racha e jura lealdade a Mauro Mendes

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Líderes do PDT, PPS e PV estavam flertando com outros pré-candidatos
Da Assessoria
Para tentar conter a debandada dos aliados e assegurar a base de sustentação nas eleições deste ano, o pré-candidato do PSB à Prefeitura de Cuiabá, empresário Mauro Mendes, reuniu os partidos do Movimento Mato Grosso Muito Mais (PSB-PDT-PPS-PV),  nesta segunda-feira (28), no escritório político do senador Pedro Taques (PDT), na Capital.
No encontro, eles firmaram o acordo de que os quatro partidos do movimento precisarão aprovar a entrada de novas siglas no arco de alianças, e que Mendes não decidirá sozinho sobre reunir mais aliados para apoiá-lo na corrida eleitoral.
Após cerca de duas horas de reunião, todos saíram jurando lealdade ao empresário, e garantindo apoio à sua candidatura.
O pré-candidato, por sua vez, prometeu anunciar até o dia 15 de junho se vai se lançar na disputa deste ano. O resultado da reunião, no entanto, aponta que, dificilmente, ele recuará da candidatura, depois de ter aglutinado novamente o grupo de oposição em torno do seu nome.
Todos adotaram o discurso de que, na verdade, nunca houve racha no bloco. “Não foi criado nenhum compromisso aqui hoje, porque o compromisso sempre existiu”, declarou o próprio Mauro. “Essa reunião serviu para espantar as especulações e mostrar que estamos firmes como grupo”, declarou o presidente regional do PSB, o deputado federal Valtenir Pereira.
“Estamos aqui reafirmando a unidade do movimento”, disse o senador Pedro Taques. “Nosso candidato sempre foi o Mauro. Não estamos trabalhando outra opção que não seja ele”, garantiu Aluizio Leite (PV).
Entretanto, o grupo passou mais de dois meses sem fazer uma reunião – a última foi um jantar na casa de Valtenir Pereira, no final de março. E, nesse meio tempo, enquanto Mendes adiou, por diversas vezes, a definição de uma candidatura, os outros partidos do movimento foram assediados por outros pré-candidatos, ameaçando o projeto de candidatura do PSB.
O PV flertou com o pré-candidato do PR, Francisco Vuolo; o PDT negociou o posto de vice na chapa do pré-candidato do PT, Lúdio Cabral; e o PPS chegou a compor um bloco alinhado ao DEM, visando a apoiar uma possível candidatura do ex-prefeito Roberto França.
Com a nova investida de Mendes, os líderes do Movimento parecem ter acalmado os ânimos e voltado às boas.
“Foi uma conversa de velhos companheiros. Ele [Mauro Mendes] reatou a relação com o grupo que, para ele, nem estava abalada. O fato é que ele havia se silenciado sobre o Movimento nos últimos tempos, mas, com essa reunião, houve a reaproximação”, avaliou uma fonte que participou da reunião.
Alianças incômodas
Um dos motivos que mais abalaram o bloco, além do distanciamento de Mendes, foi o assédio dele a partidos considerados incompatíveis com a aliança Mato Grosso Muito Mais, como o PMDB do governador Silval Barbosa, já que o grupo foi criado como oposição ao Governo Estadual.
Embora todos garantam que as conversas com o PMDB foram autorizadas pelo grupo, houve um desconforto devido à informação de que Mendes teria oferecido o posto de vice ao pré-candidato do PMDB, o empresário Dorileo Leal, fato que o socialista não confirma.
“Eles tinham conhecimento das minhas conversas com o PMDB e o PR, assim como eu sabia que o PPS ia dialogar com o DEM, e o PDT com o PT. Não abri nenhuma negociação com esses partidos, apenas diálogo”, declarou o empresário.
“Mauro foi autorizado a ampliar nosso arco de alianças. Ele tem a liberdade para fazer as conversações necessárias”, garantiu Aluizio Leite.
Entretanto, uma fonte do Movimento garantiu que, diante do desconforto dos membros do bloco com as alianças buscadas por Mendes, foi firmado o compromisso de que, para agregar novos aliados, os quatro partidos do bloco terão que aprovar.
“Tanto o Mauro como nós temos a liberdade de buscar mais aliados. Porém, antes de entrar no grupo, eles terão que passar pela aprovação dos quatros partidos que compõem o Mato Grosso Muito Mais”, explicou a fonte.
As declarações de alguns membros do Movimento, ao final do encontro, de fato, denotam o repúdio a alianças indesejadas. “Esse bloco tem características de esquerda, que aponta para o foco na sociedade e uma conduta ética”, observou o presidente municipal do PPS, Wagner Simplício.
“Possíveis alianças podem vir, mas no modelo filosófico de levar bem-estar à população, como esses quatro partidos já têm”, disse o presidente municipal do PDT, Kamil Fares.
Outro municípios
A reunião serviu também para dar encaminhamento às alianças no interior do Estado.
Até a próxima quinta-feira (31), cada partido do bloco fará uma lista dos 30 municípios prioritários, de modo que os líderes vão se reunir para negociar onde é possível ser aliado e onde a união do Movimento é considerada incompatível.

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