Mineradora MMX, de Eike Batista, planeja quintuplicar produção até 2020

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A capacidade de produção da empresa é de cerca 10,8 milhões de toneladas no momento
DA FOLHA
A MMX, empresa de mineração do empresário Eike Batista, planeja ter uma capacidade produtiva de pelo menos 58 milhões de toneladas de minério de ferro ao final desta década, um aumento de mais de cinco vezes em relação à situação atual.

O aumento virá – além dos projetos já previstos Serra Azul e Pau Vinho, em Minas Gerais – de recursos em avaliação no Chile e em outra reserva em Minas, afirmou o presidente da MMX, Guilherme Escalhão, durante o Reuters Latin American Investiment Summit.

A capacidade de produção da empresa é de cerca 10,8 milhões de toneladas no momento.

A exploração das novas jazidas de Copiapó, no Chile, e Bom Sucesso, até 2020, deverá se somar aos 29 milhões de toneladas anuais de extração projetada para Serra Azul, a partir de 2014, e aos 7 milhões de Pau de Vinho em 2016.

“Para crescimento orgânico, temos Bom Sucesso e direitos minerários no Chile, este último a apenas 80 quilômetros da costa”, afirmou o executivo.

Considerando ainda que a produção de Corumbá, em pleno pantanal, de 2 milhões de toneladas/ano, será mantida, a companhia terá capacidade de produzir 58 milhões de toneladas até o final da década, devendo se tornar o terceiro maior exportador de minério de ferro do Brasil, atrás da gigante Vale e da siderúrgica CSN.

As reservas de Bom Sucesso, com recursos certificados de 360 milhões de toneladas, levam o nome do município, localizado perto da fronteira entre Rio e Minas Gerais, “mais perto do mar em relação a Serra Azul e que não está tão longe da ferrovia”.

As jazidas em Bom Sucesso e Chile ainda estão sendo estudadas, com campanha geológica em andamento para posteriormente processo de licenciamento, se os trabalhos confirmarem as estimativas iniciais da MMX.

DUPLICAÇÃO DO PORTO

“Bom Sucesso é um recurso mineral que pode se tornar um projeto, não tão grande como Serra azul, mas pode ser um projeto que pode nos levar para esse caminho de aumentar o porto”, acrescentou.

O Porto do Sudeste, por onde será escoada a produção, já está adaptado para ser ampliado no futuro, dos atuais 50 milhões de toneladas de capacidade instalada para 100 milhões de toneladas, disse o executivo nesta quinta-feira.

“Quando fizemos o projeto, tomamos o cuidado de furar um túnel muito mais largo do que o necessário para os 50 milhões de toneladas, porque pensamos na possibilidade de expansão… o porto tem a opção de ser expandido até um limite de 100 milhões de toneladas”, afirmou.

FINANCIAMENTO

Para fazer frente ao seu principal projeto de expansão (Serra Azul), a MMX formalizará pedido de financiamento ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas próximas semanas, com a apresentação de uma carta-consulta, afirmou Escalhão.

O objetivo é finalizar todo o “project finance” necessário aos investimentos de 4,8 bilhões de reais até o final do ano, com a possibilidade de reunir recursos também de bancos de fomento da China e da Coreia do Sul, que já se acenaram com disponibilidade de US$ 1 bilhão.

O executivo afirmou que negociará com os asiáticos somente após uma resposta do BNDES sobre o volume de recursos que poderão ser levantados a partir da instituição.

A possibilidade de angariar recursos na China e da Coreia ocorre porque a chinesa Wuhan Iron & Steel (Wisco) possui participação de 16% na MMX, enquanto a coreana SK Networks detém 14% da mineradora brasileira.

As duas fecharam contratos de 20 anos de fornecimento de minério de ferro com a empresa de Eike Batista.

Itaú BBA e WeltLB foram contratados para auxiliar nas negociações do “project finance” e disponibilizaram para a MMX empréstimos-ponte que sustentam as obras por um ano, segundo Escalhão. “Temos recursos para um ano de obras”, disse.

MARCO DA MINERAÇÃO

O presidente da MMX avalia que é positiva a elaboração de um novo marco da mineração pelo governo.

“É bom ver um esforço de modernização da lei, é um código que vem da década de 60… acho que vai se caminhar para frente em alguns aspectos, como a questão dos direitos minerários, se deve ser com prazo exploratório, mas só teremos um posicionamento total depois que sair”, avaliou.

Sobre o aumento das alíquotas de royalties e a mudança na base de cobrança, ele lembrou que a carga tributária no Brasil já é elevada. “Como se preparar para um aumento de royalties?”, indagou.

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