Por falta de medicamento, paciente responsabilizará o Estado em caso de morte

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Medicamento necessário pelo jornalista
Medicamento necessário pelo jornalista

 
O jornalista Nivaldo Queiróz, 55 anos, responsabilizará o Estado de Mato Grosso caso venha a morrer nos próximos dias. Há mais de um mês ele espera o medicamento (Tarceva 150 mg), que deveria ser fornecido pelo Estado, usado para tratamento de câncer de pulmão.

Escrita de cunho próprio, a carta de Nivaldo será anexada ao dossiê que o jornalista irá protocolar junto à Defensoria Pública hoje. Ele também irá apresentar um laudo médico que versa sobre o risco de morte, no caso de ficar sem tomar o Tarceva por dois meses.

Os documentos endossarão o pedido de providências que deverá ser feito pela Defensoria na Justiça.

“Se eu morrer, que a minha família seja, ao menos, indenizada”.

As três caixas do medicamento Tarceva 150 mg, que é importado, deveriam estar na Farmácia de Alto Custo, segundo Nivaldo, no máximo, até o início do mês. Cada caixa com 30 comprimidos custa R$ 7 mil. “Cada dia que fico sem tomá-lo a doença se agrava”, afirmou.

Há sete anos ele luta contra o câncer. Nivaldo possui um tumor maligno de 5,75 centímetros em cada pulmão. O remédio, segundo o jornalista, reduz e estabiliza o tamanho dos tumores, elimina outra série de pequenos nódulos cancerígenos e evita a queda de cabelos.

Até fevereiro do ano passado ele se tratava por meio de quimioterapia. O uso do Tarceva foi sugerido por um oncologista norte-americano, durante uma visita ao irmão que mora no Texas, ano passado. Por meio de uma portaria administrativa, o Estado bancou o medicamento a Nivaldo de junho a dezembro de 2012.

Por meio da assessoria, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o Tarceva 150 mg, por se tratar de um medicamento novo e não ser contemplado por portaria ministerial, só pode ser adquirido mediante medida administrativa.

A assessoria ressaltou que o pedido foi feito junto a Roche, mas o laboratório não enviou o Tarceva devido a não liberação de recursos, já que o orçamento do Estado encontra-se comprometido.

Além de Nivaldo, muitas outras pessoas estão no aguardo de medicamentos na Farmácia de Alto custo.

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