Empresas ocupam lugar da Telexfree

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428106Diário de Cuiabá

Com método semelhante de funcionamento, a Multi Click faz novos investidores em MT e já é investigada Polícia Civil de Minas Gerais

Novos clientes são seduzidos por uma vantajosa perspectiva de lucro e uma forte estratégia de marketing

A promessa de alta lucratividade com pouco esforço, por meio de postagens de anúncios na internet, em tempos recentes têm sido bastante explorada por “empresas” que, a cada momento, surgem apresentando produtos (de utilidade duvidosa) diferentes, mas modos de atuação bem semelhantes.

Em Mato Grosso, além da Telexfree, já alvo de investigações por parte da Polícia Federal e Ministérios Públicos Estadual e Federal por supostamente se valer da modalidade conhecida como pirâmide financeira, proibida no país, outra empresa tem chamado a atenção.

Denominada Multi Click Brasil, a empresa se apresenta como a que “compartilha sonhos”, prometendo ganhos excepcionais para quem pagar uma taxa de adesão mínima de R$ 600 e se comprometer em compartilhar anúncios no Facebook.

Carros de luxo adesivados com a logo da empresa são vistos com frequência circulando pelas ruas de Cuiabá. A tática de divulgação, utilizada também pelos associados da Telexfree, serve para passar uma imagem de sucesso.

Em seu site oficial e no Facebook, a Multi Click Brasil diz ser um grupo empresarial que trabalha com marketing multinível, enfatizando ser “financeiramente sustentável”. Argumentos também bem parecidos com os da Telexfree.

A Multi Click Brasil, porém, é investigada pela Polícia Civil de Juiz de Fora (MG) devido a suspeita de integrar um novo golpe do esquema da pirâmide.

Segundo a Polícia Civil, uma quadrilha de estelionatários que operava uma empresa chamada Mister Colibri – que aplicava golpes também pela promessa de lucro fácil na internet -, fechada pelo governo mineiro em setembro de 2012, é a mesma que está por trás da Multi Click Brasil.

“Dentro das investigações da empresa, cujo escritório foi fechado no ano passado, conseguimos descobrir a migração do mesmo grupo de empresários para esta modalidade na cidade, a partir do monitoramento das atividades realizadas”, afirma a delegada Mariana Veiga Silva, que atua no caso.

A reportagem tentou contato com Alberto Hanns Hoeldtke, a pessoa que se apresenta como associado-executivo da Multi Click Brasil, mas não obteve resposta.

Numa entrevista à rádio CBN 93,5 FM de Vitória (ES), concedida há menos de um mês, Alberto defendeu a idoneidade da empresa e negou qualquer envolvimento dela com a Mister Colibri. Ele garantiu que a maior parte dos rendimentos dos associados da Multi Click Brasil vem da venda direta de sistemas, anúncios, tablets, agendas, pen drives e bonés, por exemplo.

\”Existem várias empresas que entram com produtos que no Brasil não têm nem serventia. Não vou citar nomes, mas esses produtos são argumento da solidez da empresa. Nós não. Trabalhamos com vendas diretas e publicidade em redes sociais\”, disse.

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