CPI da Copa – Contradição em depoimentos de representantes da Deloitte

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De: Mariana Marimon
Depoimentos Empresa Deloitte

Com relação à empresa de consultoria Deloitte, que firmou dois contratos com o governo do estado, o representante Robson Calil Chaar entrou em contradição ao afirmar que não participou da reunião no Rio de Janeiro para apresentação de Cuiabá como cidade-sede. Em depoimento à CPI, Thiago Moreira Salles, à época gerente de contrato da Deloitte em Cuiabá,  confirmou que ele e Chaar estiveram na cidade do Rio de Janeiro para defesa.
A negativa de Robson é no sentido de que a reunião ocorreu em setembro de 2008, no Rio de Janeiro. Contudo, o contrato assinado com a Deloitte por dispensa de licitação só foi firmado em dezembro daquele mesmo ano, o que desvincula a empresa em período anterior.
De acordo com Calil Chaar, a Deloitte foi contratada para prestar consultoria e auxiliar a cidade para preparar o material chamado de Caderno de Encargos, com as intenções assumidas pelo governo para atender aos itens preceituados pela FIFA, desde o tempo de deslocamento até o estádio, até a quantidade de leitos hospitalares disponíveis em Cuiabá.
Este primeiro contrato com o governo ficou em torno de R$ 600 mil para nove semanas de serviços, sendo depois firmado novo acordo com a soma de mais de R$ 4 milhões, perfazendo R$5 milhões. O segundo contrato, com duração de um ano, preconizava a preparação de uma estrutura que permitisse monitorar a evolução das ações que Cuiabá se comprometeu a realizar no Caderno de Encargos.
“Permitimos que o governo realizasse esse gerenciamento de solução de gestão através do monitoramento da evolução destas ações que seriam executadas até 2014”, pontuou Chaar.
Embora Calil Chaar tenha garantido não se recordar da reunião no Rio de Janeiro, Thiago Moreira Salles permaneceu em seu depoimento de que ambos estiveram presentes à apresentação no Rio. “Não posso dizer sobre os contratos firmados, pois nunca acompanhei. Mas estivemos sim no Rio de Janeiro, em setembro de 2008, para participar da apresentação e defesa da cidade como sede para Copa”, garantiu.
Sobre a troca de modal, Thiago explicou que o contrato não preconizava um estudo sobre modelo A ou B, mas que a Deloitte apresentou diversas soluções em que destacavam prós e contras dos modais de transporte, porém sem apontar definições, tendo em vista que tanto análise do material quanto à decisão ficaram sob responsabilidade do governo.

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