Após 2 meses de greve, 750 médicos voltam ao trabalho

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Os 750 médicos da rede municipal de Saúde retornaram ao trabalho nesta quarta-feira (2), após uma greve de dois meses.

A volta às atividades acontece um dia depois da posse do prefeito Mauro Mendes (PSB) no Palácio Alencastro.

Segundo o Sindicatos dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), na semana passada, em reunião com a categoria, o novo prefeito se comprometeu em atender as quatro principais reivindicações dos médicos.

“O Sindimed já orientou os médicos a retornaram aos seus postos de trabalho nesta quarta-feira. A greve durou pouco mais de dois meses, mas deu resultado. Estamos confiantes que a nova administração vai cumprir o que prometeu”, disse ao MidiaNews a presidente do Sindimed, a médica Elza Queiros.

De acordo com a médica, inicialmente, Mendes se comprometeu em sanar a falta de equipamentos básicos à rede pública de Saúde, com a compra de medicamentos, material de limpeza, entre outros.

Também será realizado um mutirão para acabar com as filas na lista de espera, para realização de exames e consultas a especialistas.

Haverá um reforço na equipe de segurança das unidades de Saúde da Capital.

Outra promessa foi a realização dos pagamentos dos servidores do Pronto-Socorro Municipal, que estão com salários atrasados.

Todas as adequações devem ser realizadas até o dia 30 de janeiro, conforme acordo firmado entre Mauro Mendes e a categoria.

Comissões especiais

As duas comissões de trabalho, formadas por médicos e membros da equipe de Mauro Mendes, iniciam hoje os trabalhos para realização do diagnóstico da real situação da Saúde em Cuiabá.

Uma das frentes de trabalho vai atuar na Central de Regulação, fazendo um levantamento da quantidade de pessoas que estão na fila de espera dos exames e consultas com especialistas.

A outra frente vai vistoriar todas as unidades de saúde – policlínicas, PSF, Pronto-Socorro- e verificar quais equipamentos e materiais de consumo estão em falta.

Após a conclusão dos relatórios, a Secretaria de Saúde vai providenciar a aquisição dos materiais, equipamentos e remédios.

Gestão anterior nega problemas

A Prefeitura de Cuiabá, na gestão do ex-prefeito Chico Galindo, divulgou uma nota de esclarecimento rebatendo as alegações do Sindimed, sobre falta de pagamento, medicamentos e equipamentos de necessidade básica.

A nota diz que uma matéria publicada no site na semana passada, onde o sindicato expos detalhes do acordo feito com Mauro Mendes. Leia mais AQUI.

Na nota de esclarecimento a Secretaria Estadual de Saúde diz que a matéria traz “informações distorcidas e de teor inverídico”.

A médica Elza Queiroz garantiu que as alegações do sindicato são pertinentes e que estão registradas nas atas, das assembleias realizadas pela categoria.

“O sindicato não precisa divulgar informações falsas sobre o real estado da Saúde em Cuiabá. Todos os apontamentos são verdadeiros e feitos por servidores, que fazem as denúncias e apuramos.
Tudo está registrado nas atas de cada assembleia, não somos irresponsáveis para divulgar mentiras”, disse a sindicalista.

A greve

Os médicos entraram em greve no dia 22 de outubro do ano passado. Apenas o atendimento nos serviços públicos de urgência não foram prejudicados.

Além de melhorias nas condições de trabalho, os médicos cobram segurança nas unidades de saúde, pagamento de benefícios que está atrasado há três meses e a realização de mutirões para diminuir a sobrecarga dos atendimentos nas unidades.

Eles também são contrários à implantação das Organizações Sociais da Saúde OSS) na gestão das unidades públicas. A categoria disse que uma decisão judicial proferida há quase quatro meses determinou o cumprimento de todas as reivindicações. No entanto, nada foi colocado em prática.

Veja a nota na Secretaria Estadual de Saúde na íntegra:

A Secretaria de Saúde de Cuiabá esclarece que matéria veiculada na quinta-feira (27/12), em site da capital, intitulada “Médicos fazem acordo com Mendes e encerram greve”, contém informações distorcidas e de teor inverídico.

A SMS, por meio do secretário titular Huark Douglas Correia, afirma que o texto caracteriza completa desinformação acerca da realidade do trabalho feito pela Saúde no município.

Abaixo, alguns pontos rebatidos pela SMS, que está à disposição na sede do Porto para esclarecer eventuais dúvidas:

a) Material de limpeza: a matéria afirma que inexiste material de higiene e outros básicos nas unidades de Saúde da capital. Não é verdade. O fornecimento tem sido regular, conforme os prazos estabelecidos. Essa informação do Sindimed ao site de que faltam copos descartáveis, papel higiênico, mesas e cadeiras, não procede;

b) Medicamentos: também não há qualquer fundamento nas colocações do Sindimed, a respeito da falta de medicamentos nas unidades clínicas de Cuiabá: ocorre apenas de um ou outro medicamento faltar, em face da demanda do atendimento. Mas as reposições dos estoques são automáticas, devidamente monitoradas e agilizadas;

c) Salários: nenhum servidor da Saúde está com salários atrasados, pois os proventos são pagos religiosamente no final de cada mês. O único valor ainda não quitado foi o Prêmio Saúde (que não é salário) de parte dos médicos, por conta do não repasse de recursos pelo Estado. O pagamento do prêmio depende desses repasses;

d) Segurança: a SMS atendeu pedido de aumento do contingente de segurança nas suas unidades, com instalação de câmeras de segurança, luminárias e portas de aço (dividindo alas médicas), desde agosto de 2012. A segurança armada compete exclusivamente ao Estado, não ao município. A SMS tem envidado esforços junto à Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso para que disponibilize policiamento ostensivo nas policlínicas e outras unidades. O secretário de Saúde de Cuiabá vem se reunindo desde o início do ano com o titular da Segurança no Estado para reforçar tal solicitação, ainda não atendida;

e) O prefeito Francisco Galindo, desde que assumiu, implementou uma série de melhorias nas unidades clínicas de Cuiabá, reformas, ampliações e substituição de equipamentos/mobiliários, justamente para garantir mais Saúde aos munícipes. O fato é que Cuiabá é referência direta de atendimento de urgência e emergência para todo o Estado e estados vizinhos, inclusive a Bolívia.
Cuiabá vivencia demandas frequentes na Saúde por conta da inexistência de suporte de atendimento referencial no interior do Estado, seja de urgência/emergência, tratamento de queimados e outros casos.

Fonte: Midia News

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