Mato Grosso Saúde faz alerta sobre obesidade infantil

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Pediatra do Mato Grosso Saúde esclarece pais sobre risco da obesidade infantil, doença crônica que atinge uma em cada três crianças brasileiras.
Assessoria | Mato Grosso Saúde

Tratamento multidisciplinar é a melhor opção para o acompanhamento da doença – Foto por: Assessoria

Considerada uma epidemia mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade vem sendo debatida por médicos e especialistas da área. O alerta é que a doença crônica pode ser causada por maus hábitos alimentares, falta de exercícios, fatores genéticos, ambientais e comportamentais.
Nesta segunda-feira (03.06), é lembrado o Dia de Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. “O mundo está obeso. A obesidade é a doença mais comum na faixa etária pediátrica”, afirma a pediatra Natasha Slhessarenko, médica credenciada ao Mato Grosso Saúde, plano de saúde dos servidores do Estado de Mato Grosso.
Ela conta que, segundo a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças brasileiras, entre 5 e 9 anos, está acima do peso. Pela prática médica, a especialista nota que o problema já começa antes mesmo dos 5 anos de idade.
Os números oficiais são alarmantes, mas segundo Natasha, a questão pode ser contornada com hábitos saudáveis e disciplina de toda a família.
Doenças desencadeadas pela obesidade e exames necessários
A obesidade é uma doença cuja causa não é única nem uniforme. Cerca de 95% dos casos são ligados ao ambiente em que a pessoa vive, com seus hábitos alimentares e sedentarismo. No entanto, há uma parcela que sofre de causas endócrinas e efeitos colaterais do uso de medicamentos, ou de síndromes genéticas raras.
Independentemente da origem, a saúde da criança obesa fica prejudicada tanto no nível físico quanto no psicológico. Slhessarenko ressalta que a dinâmica social de uma criança obesa pode resultar em distúrbios psicológicos e mesmo em doenças mentais. “Há uma estigmatização social, com a invenção de apelidos humilhantes e a exclusão de atividades simples como jogar bola. Não é raro isso acarretar em depressão na infância”.
A consequência mais preocupante é o desenvolvimento de doenças crônicas como o aumento do colesterol, resistência insulínica, pré-diabetes, diabetes, aumento da gordura no fígado e hipertensão, além do risco aumentado de eventos cardiovasculares como o AVC e o infarto. Vale destacar, ainda, que crianças cuja obesidade não seja tratada tendem a se tornarem adultos obesos.
A Organização Mundial de Saúde estima que em 2025, 150 mil crianças e jovens no Brasil desenvolverão diabetes tipo 2, enquanto 1 milhão terão pressão arterial elevada. Outro dado alarmante é o número de crianças e jovens brasileiros que sofrerão com gordura no fígado — cerca de 1,4 milhão, segundo a entidade.
Para poder tratar essas crianças adequadamente é necessário, em primeiro lugar, avaliar seu grau de obesidade (a partir dos 5 anos) ou fazer o diagnóstico nutricional (de 0 a 5 anos).
Também é importante entender se é um caso de obesidade primária (causada pela ingestão de alimentos maior do que a queima das calorias consumidas) ou secundária (proveniente de doenças genéticas).
A pediatra explica que a partir daí são pedidos exames clínicos. “Começamos com hemograma completo, perfil lipídico para checar colesterol total e frações, triglicérides, glicemia e enzima do fígado. Dependendo do histórico da criança e da família, podemos pedir exames para verificar as doenças genéticas, tireoide e distúrbios hormonais”.
O acompanhamento pediátrico, via de regra, é suficiente para observar a evolução dos pequenos pacientes, mas a pediatra considera importante haver o apoio de médicos das áreas de nutrição, educação física e endocrinologia. “Os exames precisam ser refeitos à medida que o estado da criança mude”.
Amamentação e introdução alimentar
A pediatra reforça a importância do aleitamento no combate à obesidade infantil. “Cada mês que o bebê mama no peito reduz o risco de obesidade”, garante.
Ela também recomenda que a introdução alimentar seja feita no tempo certo – a partir do 6º mês de vida – e que o açúcar não seja apresentado à criança até os 2 anos. Outro ponto que interfere no desenvolvimento da obesidade infantil é o sono: bebês e crianças, na primeira infância, precisam dormir bem e fazer sonecas durante o dia. “O sono é indispensável para o equilíbrio hormonal e psicológico. Bebês e crianças que não dormem bem tendem a ser mais ansiosos e descontar na comida.”
Abordagem familiar
O combate à obesidade infantil precisa ter o envolvimento de toda a família. “Não dá para querer que uma criança tenha uma alimentação saudável e pratique atividades físicas se em sua casa não houver uma cultura voltada a este padrão. A forma de ensinar é pelo exemplo dos pais e cuidadores”, diz Slhessarenko.
Isso começa no carrinho de supermercado, que deve ter mais verduras, legumes, frutas e alimentos naturais e menos biscoitos recheados, refrigerantes, doces e alimentos processados, e se estende ao preparo das refeições, preferencialmente mais cozidas, assadas ou in natura e menos fritas.
Quanto às atividades físicas, quanto mais a família conseguir se reunir para praticá-las, melhor. Caminhadas em conjunto e pais que acompanhem as aulas de natação ou os passeios de bicicleta são os melhores incentivos para que a criança veja sentido em mudar seu estilo de vida.
Natasha Slhessarenko é médica pediatra credenciada ao Mato Grosso Saúde e atende os beneficiários do Plano na Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, em Várzea Grande. Para conferir essa e demais especialidades conveniadas, acesse o Guia Médico completo do Plano no site ou o Aplicativo MT Cidadão, disponível para Android e iOS.