Mark Zuckerberg vai ao Parlamento Europeu para esclarecer como Facebook pode impactar eleições

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Depoimento a europeus ocorre pouco mais de 30 dias após o CEO da rede social testemunhar diante de deputados e senadores norte-americanos. Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, durante o F8, conferência de desenvolvedores da rede social.
Stephen Lam/Reuters
Depois de ser sabatinado por 10 horas pelos deputados e senadores norte-americanos, Mark Zuckerberg, o presidente-executivo do Facebook, irá nesta terça-feira (22) ao Parlamento Europeu para esclarecer como a rede social trata os dados de seus usuários e qual é o impacto de seu funcionamento sobre o processo eleitoral entre os 28 países da União Europeia.
O presidente do Facebook falará diante dos principais líderes do corpo legislativo do bloco europeu pela primeira vez. Ele encontrará os integrantes do Comitê de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Domésticos, alguns chefes políticos e o presidente da Casa, Antonio Tajani.
“Eu considero muito positivo que o fundador do Facebook tenha aceitado nosso convite para vir em pessoa encontrar os representantes de 500 milhões de europeus. Isso sinaliza respeito pelos legisladores do maior mercado do mundo”, afirmou Tajani.
Crise de imagem
A maior rede social do mundo passa por um forte escrutínio em relação à forma como lida com dados pessoais desde que foi revelado como a consultoria britânica Cambridge Analytica acessou indevidamente os dados de 87 milhões de usuários. Com essas informações em mãos, a firma, que trabalhava para a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016, criou mecanismos para rastrear o posicionamento político dessas pessoas e conseguir mudá-lo.
“A prioridade do Parlamento é assegurar o funcionamento apropriado do mercado digital, com um alto nível de proteção dos dados pessoais, regras efetivas de direitos autorais e proteção do direito dos consumidores. Gigantes da web devem ser responsáveis pelo conteúdo que publicam, incluindo aqueles que descaradamente sejam notícias falsas e conteúdo ilegal”, pontuou Tajanji, em nota.
Após o escândalo do acesso indevido de dados vir à tona, a Cambridge Analytica perdeu clientes e foi forçada a pedir falência. Já o Facebook vem enfrentando uma onda de ceticismo sobre como faz valer suas regras de privacidade junto a parceiros que usam a rede para distribuir conteúdo.
Em abril, Zuckerberg foi ao Senado e no dia seguinte à Câmara dos Estados Unidos. Os questionamentos dos congressistas norte-americanos giraram em torno de como a rede social garante que seus usuários não tenham informações usadas para manipulá-los
“Esse episódio (Cambridge Analytica) claramente nos machucou e evidentemente tornou mais difícil para nós alcançarmos nossa missão social. Nós agora temos muito trabalho para reconstruir a confiança”, disse Zuckerberg.