Greve dos Bancários se inicia nesta terça-feira

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Aproximadamente seis mil funcionários devem aderir ao movimento em MT

Com a greve a partir desta terça, a opção de serviços bancários é o caixa eletrônico
Os bancários de todo o país cruzam os braços a partir desta terça-feira (18), por tempo indeterminado. Com isso, o atendimento aos correntistas estará suspenso em todas as agências.

Apenas os serviços disponíveis em caixas-eletrônicos e pela internet irão funcionar normalmente. Alguns pagamentos também poderão ser realizados em casas lotéricas.

Quem precisar sacar dinheiro ou pagar contas diretamente no caixa não vai conseguir fazê-lo. 

Quem estiver em processo de financiamento de casa própria ou de um veículo ou refinanciamento de dívida, por exemplo, também poderá ser prejudicado, caso o financiamento não seja aprovado antes da greve geral dos bancos.

O consumidor que for prejudicado financeiramente pela paralisação poderá recorrer ao Judiciário, após o fim do movimento, para buscar ressarcimento.

A greve

Em Mato Grosso, cerca de seis mil bancários, de 300 agências espalhadas pelo Estado, deverão cruzar os braços. 

A greve foi aprovada por unanimidade, em assembleia-geral realizada na noite de quarta-feira (12).

No ano passado, a categoria parou as atividades por 21 dias, em pressão para que os bancos atendessem às suas reinvindicações.

Nesta segunda-feira (17), serão realizadas assembleias regionais em todo o país, para referendar o movimento de greve e organizar o movimento. 

Somente no fim do primeiro dia de greve é que será divulgado o balanço de adesão das agências.

No último dia 5, a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) enviou uma carta à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) , para informar sobre o calendário de mobilização e pressionar a entidade sobre a necessidade de se entrar em um acordo com os funcionários. 

No entanto, os bancos não responderam à manifestação. Até o momento, os bancos não responderam à manifestação.

A paralisação das atividades, segundo o SEEB-MT (Sindicato dos Bancários de Mato Grosso), é uma resposta às negociações com os bancos, que não avançaram nas áreas de segurança, condições de trabalho e valorização da categoria.

Sem negociação

De acordo com o diretor de imprensa do sindicato, John Gordon Ramsay, rodadas de negociações foram marcadas entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), mas nenhum acordo for fechado.

“O percentual de 6% é pouco pelo lucro que os bancos tiveram no primeiro semestre deste ano. Os bancos Itaú/Unibanco tiveram lucro de R$ 6 bilhões, Santander R$ 3 bilhões e CEF [Caixa Econômica Federal] 2,9 bilhões”, ressaltou o diretor.

A federação apresentou uma proposta de aumento salarial de 6%, rejeitada pelo comando de greve da categoria por estar abaixo do que foi pedido.

Entre as reclamações mais frequentes dos bancários, que fazem parte da campanha nacional da categoria para este ano, estão a desvalorização dos funcionários, prática de assédio moral, metas abusivas e altos lucros, más condições de trabalho e demissões em massa feitas por instituições bancárias que frequentemente atingem altas margens de lucros.

A falta de segurança nas agências bancárias também é questionada, uma vez que algumas unidades bancárias ainda resistem ao cumprimento da lei municipal que obriga as empresas a instalarem biombos nos caixas e portas giratórias.

Reivindicações

A categoria pede por reajuste salarial de 10,25%, ou seja, 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97%, além de PLR de três salários do funcionário acrescidos de R$ 4.961,25 fixo.

Eles também reclamam por um salário mínimo equivalente ao salário mínimo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de R$ 2.416,28, e pagamento de auxílio-alimentação e vale-refeição no valor de um salário mínimo (R$ 622) cada um. Hoje, o salário-base dos bancários gira em torno de R$ 1,4 mil, segundo o sindicato.

Os bancários também pedem pela implantação de um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos, bem como auxílio-educação para cursos de graduação e pós-graduação.

Constam na pauta ainda o fim da rotatividade nos bancos, aumento do número de contratações, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) – que inibe as demissões imotivadas – e a ampliação da inclusão bancária.

Mais segurança nas agências e postos bancários também é uma das reinvindicações da categoria, que pede ainda pelo cumprimento da jornada de seis horas para todos os funcionários, fim das metas consideradas abusivas e combate ao assédio moral, previdência complementar e igualdade de oportunidades.

 

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