Falta de mão-de-obra na construção civil, pode comprometer obras da Copa

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Do: MidiaNews

Falta de trabalhadores qualificados compromete andamento das obras da Copa
Em busca de suprir a carência de funcionários nas obras que estão sendo realizadas na Copa do Mundo na Capital, o Governo do Estado, por meio da Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo), pretende fechar uma parceria com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), por meio da Superintendência do Trabalho e Emprego em Mato Grosso.

A ideia, segundo o secretário da Secopa, Maurício Guimarães, é diminuir a importação de mão-de-obra, que já está escassa, valorizando os trabalhadores locais e auxiliando na aceleração das mais de 40 obras previstas no cronograma do Estado, visando ao Mundial de 2014.
“Cuiabá está passando por um apagão de mão-de-obra na construção civil”, diz secretário da Copa
Em entrevista ao MidiaNews, o secretário afirmou que a falta de trabalhadores já está preocupando o Governo do Estado e causando verdadeiras “guerras” entre as empresas e consórcios responsáveis pela execução das obras já em andamento na cidade.

A parceria, segundo ele, visa a não causar impacto no progresso das construções.

“Cuiabá está passando por um apagão de mão-de-obra na construção civil. As empresas que estão prestando serviços para nós estão com muita dificuldade de mão-de-obra. Estou correndo atrás para que a gente não tenha impacto por falta de mão-de-obra, porque do jeito que está indo aí, uma empresa tomando o servente de outra, está uma guerra”, afirmou.

De acordo com o secretário, atualmente, os canteiros de obras estão com um déficit de 300 trabalhadores, que precisa ser suprido com urgência.

“Analisando só as obras que já estão em andamento dentro da Secopa, se hoje eu tivesse 300 pessoas atrás de trabalho, todas elas estariam empregadas amanhã”, afirmou Guimarães.

Para o VLT, é esperado que, no ápice das obras, sejam necessários quatro mil trabalhadores em todas as frentes de obras, número que também já está sendo visto pelo Governo do Estado para ser atendido pelo projeto.
“Se hoje eu tivesse 300 pessoas atrás de trabalho, todas elas estariam empregadas amanhã”, afirma Guimarães
“Hoje, só no VLT, já temos 300 pessoas trabalhando. Aí, de acordo com o cronograma do Consórcio VLT Cuiabá, outros trabalhadores são agregados. O ápice das obras será no início do ano que vem, mas nós temos que começar a trabalhar agora para que a gente tenha pessoas nossas aptas e preparadas para esse mercado de trabalho”, justificou.

Guimarães afirmou que, na parceria a ser fechada com o MTE, a qualificação dos profissionais também deverá ser oferecida pelo Governo do Estado, por meio da Setas (Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social).

“Nós vamos fazer a qualificação, sim. Damos garantia de trabalho e qualificação, além de cadastro das habilidades das pessoas, para que a gente consiga trabalhar com a mão-de-obra daqui. Não vai ser possível não importar mão-de-obra de outros estados, mas nós vamos tentar importar menos”, disse.

Legislação

O secretário da Copa salientou que um dos empecilhos encontrados pelas construtoras para conseguir mão-de-obra de outros estados é a inflexibilidade da legislação trabalhista, o que também será objeto do acordo a ser fechado com o MTE.

“O que está acontecendo hoje é que eles estão trazendo mão-de-obra de fora e, quando chegam aqui, os homens querem trabalhar. Mas, então, eles não podem fazer mais de duas horas extras por dia, e isso está incomodando os funcionários. O trabalhador sai lá do Nordeste, do Maranhão, do Piauí, deixa família e tudo e, chegando aqui, ele quer ganhar dinheiro, quer trabalhar. E hoje os fiscais do trabalho não deixam fazer mais de duas horas de trabalho extra”, explicou.
Por isso, a Superintendência deve agir como intermediadora entre empresas e sindicatos dos trabalhadores para adequações da jornada de trabalho e formação de acordos coletivos que atendam às demandas das obras do Mundial, sem deixar de cumprir a legislação trabalhista.

Com o acordo assinado, a expectativa da Secopa é que as obras sejam aceleradas e os canteiros passem, então, a contar com mão-de-obra suficiente para as construções serem tocadas nos períodos noturnos e durante os finais de semana.

“Hoje, além de falta de mão-de-obra, nós temos os impedimentos legais da lei. E é por isso que eu estou buscando também essa parceria, para que a Superintendencia do Trabalho possa intermediar o acordo entre o sindicato dos empregados e as empresas, para flexibilizar essa questão dos horários e os acordos coletivos de trabalho”, disse.

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