Falta de áreas de pastagens leva criador a utilizar o confinamento

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De acordo com 1° levantamento da Acrimat, intenção está 14% maior

A intenção do produtor mato-grossense em investir no sistema de confinamento de bovinos registrou um aumento de 14% este ano com relação ao ano passado. A expectativa é de que 929 animais saiam do confinamento para o abate. Em 2011 foram 813 mil animais, e em 2010 foram registrados 592.834 mil cabeças.

Nos últimos três anos o confinamento, em Mato Grosso, aumentou em 57%. “A seca que atingiu os pastos de Mato Grosso em 2010 reflete ainda hoje, pois faltam linhas de crédito compatíveis para resolver este problema”, pondera o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.

O levantamento da primeira intenção de confinamento de 2012 foi feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), através de entrevistas por telefone, com 140 confinadores de gado, produtores e empresários.

Os destaques ficam para as regiões noroeste e oeste de Mato Grosso. A noroeste teve uma redução de 22% no número de intenções de animais confinados, caindo de 4.750 animais para 3.700. “Nesse caso, a falta de frigoríficos para abate e as condições das estradas são pontos relevantes para essa queda”, comenta Vacari.

Na região oeste o crescimento na intenção de confinar subiu 32%. Em 2011 engordaram nesse sistema 159.905 animais e este ano vai chegar a 211.160 cabeças. Esse aumento também tem reflexo na seca de pastagem e na maior participação dos frigoríficos em confinar. “A pressão para o pecuarista chega dos dois lados, da natureza e das indústrias frigoríficas”, disse o superintendente da Acrimat.

Na região nordeste não houve nenhuma variação e a intenção de confinamento será de 147.940 cabeças. A região norte subiu 5%, saindo de 20.050 cabeças para 21.050. No médio norte o registro foi de 11% de aumento, passando de 186.103 cabeças para 206.540. Na região centro-sul, a pesquisa aponta que 110.044 cabeças serão confinadas, sendo que em 2011 chegou a 98.371 cabeças, alta de 12%. No sudeste 229.508 cabeças serão engordadas no sistema de confinamento, contra 196.976, no ano passado, o que representa uma diferença de 17%.

A capacidade estática de confinamento também cresceu. De 804,1 mil cabeças em 2011, subiu 6% este ano, atingindo 850,1 mil cabeças. Em relação a 2010 esse crescimento é de 10%, quando existia uma capacidade para 776,1 mil cabeças. Luciano Vacari faz uma avaliação dos números levantados, concluindo que o produtor precisa ponderar muito bem no momento da tomada de decisão “para ver se o confinamento é um bom negócio, pesando os custos e a rentabilidade, para não assumir riscos desnecessários”. Ele ressalta que “o confinamento é uma alternativa para engorda do gado para abate, por isso esse aumento, e a tendência é de crescer ainda mais, mas esse montante não atende à demanda e os frigoríficos ainda continuarão dependendo do gado criado a pasto”.

 

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