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A Secretaria Estadual de Educação reconhece as falhas na formação dos professores do Ensino Médio
A Secretaria Estadual de Educação reconhece as falhas na formação dos professores do Ensino Médio

Oitenta e cinco em cada cem professores do Ensino Médio
não têm formação específica nas disciplinas que lecionam

Em Mato Grosso, 84,6% dos professores da rede estadual que dão aula no Ensino Médio não têm formação específica para a disciplina que lecionam. Esse dado está em uma pesquisa do Instituto de Pesquisas do Ministério da Educação (Inep), órgão do Ministério da Educação, divulgada nacionalmente nesta quinta-feira (26).

Com índice de 15,6% dos professores com graduação específica, a educação mato-grossense ficou com a segunda pior posição entre os estado avaliados, melhor apenas que a Bahia, onde somente 8,5% educadores cursaram a matéria para qual ensinam.

No país, pouco mais da metade (55%) dos professores do Ensino Médio da rede pública do país não tem formação específica na área em que atua. Em números absolutos, o percentual equivale a quase 280 mil docentes. O levantamento é inédito e foi tabulado pelo Inep com base no Censo Escolar de 2012, a pedido do jornal Folha de São Paulo.

O ex-presidente e atual secretário de Comunicação do Sindicato dos Professores de Mato Grosso (Sintep), Gilmar Soares Ferreira, diz que o problema foi detectado há alguns anos pelo movimento sindical.

Na análise do sindicalista, há diversas causas: falta de concursos para atender plenamente o número de vagas abertas em cada área do magistério, de incentivo para uma segunda graduação e de melhorias dos salários e condições de trabalho, entre outras.

De acordo com Gilmar Ferreira, professores com graduação, inclusive com especialização, não seriam problema na rede pública de ensino do Estado. Ele observa que há programas em faculdades como UFMT e Unemat que oferecem vagas para professores em uma segunda graduação, especialmente na área de ciências exatas (Química, Física, Matemática).

Entretanto, oferecer a vaga não é suficiente, já que o educador precisa conciliar o novo curso com o trabalho em sala de aula. Trabalhar o dia todo e votar ao banco da faculdade à noite, depois de ter uma graduação, é cansativo. Ferreira acha que é preciso criar alguma bolsa permanência ou reduzir a carga horária.

A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou, em nota, que tem ciência dos dados do Inep, mas diz que está fazendo um recadastramento dos profissionais para correções referentes às suas formações porque muitos dos professores que constam na pesquisa como fora da área de formação possuem duas licenciaturas.

Também esclarece que em parceria com MEC oportuniza aos professores fazerem uma segunda licenciatura por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB). A Secretaria informa ainda que reduzirá o índice de professores fora da área de formação por meio do Pacto Nacional do Ensino Médio, lançado este ano.

Concluindo, diz que aderiu ao Pacto este mês e em parceria com as Universidades Públicas do Estado e ofertará formação continuada aos mais de 9 mil professores do Ensino Médio.

Diário de Cuiabá

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