Equipamentos começam a desaparecer da Santa Casa de Cuiabá

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Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

A Polícia Civil instaurou inquérito policial para apurar furto de equipamentos da Santa Casa da Misericórdia de Cuiabá. A apuração, que foi aberta com base em notícias divulgadas na imprensa, será realizada de Delegacia Especializada de Roubos e Furtos da Capital.

O ‘sumiço’ de materiais do centro radiológico da Santa Casa de Misericórdia indignou o atual diretor da instituição, Luis Felipe Saboia. Nas redes sociais, ele fez uma publicação no último sábado (20), afirmando que não foram encontrados tomógrafos, raio-x e mesas radiológicas.

“Estou triste, decepcionado. Em 4 dias na Santa Casa de Cuiabá, como presidente da comissão gestora, algo morreu em meu coração. Uma gestão irresponsável perdulária, temerária, levaram à Santa Casa de Cuiabá a dívidas impagáveis. A velha instituição bicentenária foi levada à uma bancarrota fiscal. Fazer o que?????”, lamentou o atual presidente.

O delegado titular da Derf, Fabiano Pitóscia, informou que a Santa Casa não fez comunicação formal do furto, por meio de registro de boletim de ocorrência, mas diante da notícia crime foi baixada portaria de instauração do inquérito policial, na tarde desta segunda-feira (22).

Uma equipe policial já foi designada para iniciar os levantamentos da apuração.

A antiga diretoria da Santa Casa foi afastada no último dia 12 de abril, e com isso o Dr. Carlos Coutinho, que havia assumido a gestão recentemente, deixou o cargo, que passou a ser ocupado pelo médico Luís Saboia. Fechado há mais de um mês, o hospital aguarda um repasse de R$ 7 milhões que auxiliarão no pagamento de salários atrasados.

A comissão criada após a saída do presidente Carlos Coutinho deverá negociar, durante quatro ou cinco meses, formas de amenizar a situação financeira e os problemas.

Um dia após o afastamento da diretoria, um ‘Plano de Ações Emergenciais’ divulgado mostrou que a casa deve mais de R$118 milhões para diversos credores e, antes do fechamento da instituição, todas as atividades eram realizadas sem um padrão estabelecido. A maior parte da dívida, cerca de R$38 milhões, é com bancos, enquanto apenas cerca de R$10 milhões são devidos a funcionários. O local está com as portas fechadas há um mês.

Procurado pela reportagem, o ex-gestor da Santa Casa, Antônio Preza, disse que não tinha conhecimento sobre a publicação e não queria comentá-la. Carlos Coutinho afirmou que ficou somente um mês como presidente, e que estes problemas provavelmente eram anteriores à sua gestão.