Dólar sobe e encosta em R$3,70 com exterior

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SÃO PAULO (Reuters) – Após abrir em queda reagindo à manutenção da Selic em 6,50 por cento pelo Banco Central, o dólar voltou a sucumbir à cena externa e firmou trajetória de alta nesta quinta-feira, já encostando no patamar de 3,70 reais, o maior em pouco mais de dois anos.

Às 12:22, o dólar avançava 0,34 por cento, a 3,6909 reais na venda, depois de acumular valorização de 3,71 por cento em quatro pregões seguidos.

Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,6974 reais, maior patamar intradia desde abril de 2016. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,35 por cento.

“A decisão do BC foi acertada, mas o dólar está com a dinâmica das moedas lá fora”, comentou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.

No cenário internacional, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.

O rendimento do Treasury dos Estados Unidos de 10 anos também subia e se mantinha acima do nível de 3 por cento nesta sessão. Os investidores têm reforçado suas apostas de mais altas de juros no país este ano, depois de dados firmes sobre a economia norte-americana.

Taxas mais elevadas na maior economia do mundo têm o potencial de atrair recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como o Brasil.

Por isso, pelo menos no início deste pregão, o dólar chegou a recuar, batendo 3,6438 reais na mínima. O BC surpreendeu na noite passada ao manter a Selic em 6,50 por cento ao ano, contrariando as apostas majoritárias de novo corte de 0,25 ponto percentual.

Assim, o diferencial de juros com os Estados Unidos pode não ficar tão pequeno, mantendo os ativos brasileiros com rendimento que possa continuar atraindo investidores.

Mas o movimento durou pouco. Para Gonin, a manutenção da Selic pode não ser suficiente para segurar os recursos aplicados no Brasil diante da perspectiva de alta de juros mais firme este ano nos Estados Unidos.

O BC vendeu a oferta integral de até 4.225 de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de junho. Dessa forma, já rolou 3,96 bilhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólares que vencem mês que vem.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

A autoridade já vendeu 5 mil novos contratos de swap, totalizando 1 bilhão de dólares em quatro dias de leilões.

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(Por Claudia Violante)