Demora do Ibama na liberação de licenças ambientais atrasa obras em Mato Grosso

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Da tribuna, senador Wellington Fagundes ilustra a situação: “É Governo brigando contra o Governo”

Reunião com Deputado Valtemir Pereira PMDB e Senador Wellington Fagundes PR/MT

Em novembro do ano passado, a presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Suely Araujo, se comprometeu com lideranças políticas e empresariais a liberar até dezembro de 2016 as licenças ambientais da BR-242, permitindo a conclusão das obras de ligação entre a região do Vale do Araguaia e o Nortão de Mato Grosso. Passados quase dois meses do prazo estabelecido sequer uma resposta foi dada pela direção do órgão.

Com isso, o empreendimento considerado fundamental para o desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso segue parado. “É o Governo brigando contra o Governo” – disse o senador Wellington Fagundes (PR-MT), líder do Bloco Parlamentar Moderador, ao relatar a situação da rodovia em pronunciamento feito nesta quinta-feira, 23. Ele criticou a demora do Ibama e cobrou responsabilidade nos prazos.

Concebida pelo presidente Juscelino Kubitscheck, em 1973, a implantação definitiva da BR-242, conhecida popularmente como “Rodovia Transbananal”, é apontada por especialistas como sendo estratégica, uma vez que  permitirá a abertura de fronteiras agrícolas, turísticas e criará uma nova matriz de escoamento da produção.

O senador explicou que a rodovia tem duas extremidades prontas e só faltam dois trechos no meio para concluir a interligação. Ele disse que quer discutir com o Ibama “quais as dificuldades para a liberação de uma licença ambiental de uma estrada tão importante”. Segundo Wellington, essa situação deixa claro a sociedade as dificuldades que são encontradas para concepção de grandes projetos no Brasil.

Além da BR-242, Fagundes criticou a morosidade dos órgãos públicos para resolver também um grave problema da BR-070, que liga a Capital do Estado a Brasília, passando por Barra do Garças. Nesse trecho, vários índios xavantes da Reserva Indígena Sangradouro morreram atropelados por inadequação da rodovia, que corta a área.

“Temos uma estrada que está matando as pessoas – uma estrada que existe há mais de 40 anos –, com recurso orçamentário, com a disponibilidade do Ministério do Transporte em executar a obra, e parece que é o Governo brigando com o Governo. Ou seja, uma parte querendo fazer, querendo realizar, e a outra impedindo de realizar as obras necessárias” – apontou.

Reservas Indígenas – Em busca de celeridade nas decisões, o senador mato-grossense esteve nesta quinta-feira, no Ministério da Justiça, juntamente com o deputado federal Valtenir Pereira (PMDB) para uma reunião com o ministro interino José Levi Mello do Amaral Júnior. Do encontro participaram também o procurador do Ministério Público Federal, Rafael Guimarães, o coordenador Distrital do DSEI Xavante, Joel Góes; o presidente do Condisi/MT, Daniel Marãtedewa Dzaywa. A tarde, eles estiveram reunidos com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antônio Costa.

“São reuniões importantes. Demonstramos a preocupação com a questão das mortes que ocorrem na BR-070, assim como outras demandas para o desenvolvimento da infraestrutura logística de forma segura e sustentável. Creio que estejamos avançando” – disse o deputado Waltenir Pereira.

Da Assessoria
Foto: Mário Vilela/Funai

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