Com programação diversa, MECAInhotim começa nesta sexta-feira (17)

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A cantora e compositora Duda Beat está ansiosa para pisar pela primeira vez em Inhotim, maior museu a céu aberto do mundo, em Brumadinho. O que a deixa com esse sentimento não é só o fato de estar entre as atrações da quinta edição do festival MECAInhotim, que acontece de hoje a domingo, mas também por ter mais uma chance de, no palco, dizer o que pensa, sobretudo em uma cidade maculada por um criminoso episódio.

A pernambucana, que se apresenta neste sábado (dia de ingressos esgotados, é bom dizer) com sua sofrência pop, misturando tecnobrega, manguebeat, música latina e outros sons que entram numa boa nesse liquidificador rítmico, pisará pela primeira vez em Inhotim. Ela conta que será mágico conhecer um lugar que respira cultura. Por outro lado, lamenta que Brumadinho tenha sido cenário do rompimento de uma barragem da Vale, que deixou, até agora, 240 mortos – 30 pessoas ainda são dadas como desaparecidas. 
“Se for cavando a história, vai encontrar muita coisa suja, vai feder”, afirma. Encarando o show como uma grande chance de externar o que pensa, Duda Beat diz que todos os artistas que se apresentarão no festival têm a responsabilidade de fazer um grande espetáculo, “com muito amor para contagiar todo mundo”, defende. 

A cantora promete fazer um show pra cima, animado. O repertório traz hits como “Bixinho” e “Bédi Beat”, do álbum “Sinto Muito”, de 2018, além de “Pro Mundo Ouvir” e músicas dos últimos singles da cantora.

Outro estreante em Inhotim é Gilberto Gil, que leva ao palco canções do álbum “OK OK OK”, lançado em agosto do ano passado. Gil, como não poderia ser diferente, não deixará de fora os clássicos que o colocaram na disputada estante dos grandes símbolos da música brasileira. A cantora e compositora Céu também dá o ar da graça no sábado.

Hoje, a baiana Pitty, que lançou “Matriz” na praça recentemente, álbum em que se reconecta com seu Estado natal, comanda o palco principal. O funk cheio de tambor e sons eletrônicos de MC Tha e a MPB que dialoga com o folclore do cantor, compositor e violonista carioca Castello completam as atrações deste primeiro dia. 

Em casa. Os mineiros do Lamparina e a Primavera, grupo criado há apenas três anos em Belo Horizonte, fazem parte do line-up das atrações de domingo, que também tem Tulipa Ruiz entre os artistas escalados para fechar o festival. 

Lançado recentemente, as músicas do álbum “Manda Dizer” vão chefiar a apresentação, entre elas “Reflexo”, “Convite”, “A Gente Gosta” e “Bordaduras”. Marina Miglio, que comanda os vocais, já integra a nova formação. “Vai ser um som mais para cima, dançante, menos contemplativo”, comenta o violonista e percussionista Hugo Zschaber. 

Assim como Duda Beat, ele está animado com a oportunidade de estrear em Inhotim e considera fundamental o festival promover arte em um lugar que ficou marcado pela lama. 
Para o músico, é importante não associar Brumadinho a um único tema. “Estamos levando cultura para um lugar onde só se fala de tragédia”, conta. 

Atração. Além dos shows no palco principal, o MECAInhotim tem espaço reservado para programações paralelas, como a Women’s Music Event. No sábado, será vez das festas Rara e Alta Fidelidade integrarem o festival. No domingo, dia de encerramento, o coletivo Mareh fecha a edição 2019.

Serviço. MECAInhotim 2019. De hoje a domingo (sexta de 18h às 2h; sábado, de 18h às 1h10; e domingo, de 18h às 23h59) no Instituto Inhotim (Rua B, 20, Brumadinho). Ingressos: De R$ 90 (meia-entrada estudante e meia-entrada social mediante doação de um livro) a R$ 440 por dia. Compras pelo site
ingresse.com/mecainhotim-2019