Casas da Colônia Penal Agrícola precisam de reforma para receber reeducandos do Sistema Penitenciário

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Deputado estadual Delegado Claudinei (PSL) visitou a entidade para conhecer a estrutura e os trabalhos desenvolvidos juntos aos presidiários do sistema penitenciário

 

Vinte e nove reeducandos do sistema penitenciário da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP – MT) são beneficiados com um importante trabalho de ressocialização na Colônia Penal Agrícola de Palmeiras da Secretaria Adjunta de Administração Penitenciária (SAAP – MT), localizada em Santo Antônio do Leveger (MT). O deputado estadual Delegado Claudinei, na tarde desta terça-feira (28), visitou a instituição para conhecer a estrutura da instituição e as atividades desenvolvidas no ramo da agricultura familiar.

 

Os presos são selecionados pelo poder judiciário para avaliar todo o perfil comportamental e histórico, como, também, se possui aptidão para exercer trabalho na área agrícola. De acordo com o diretor da Colônia e engenheiro agrônomo, Pedro Marques, na seleção é importante para verificar se o reeducando tem vocação agrícola para que tenha um bom desempenho na atividade e aproveitamento nos cursos de qualificado oferecidos.

 

“A turma que temos hoje, felizmente, não temos nenhum tipo de problema. Todos são bem disciplinados. A nossa intenção é fixá-los no campo para não migrar na área urbana e aproveitar as oportunidades do campo. É preciso fazer uma proposta para o Estado, para amparar estes reeducandos depois da cadeia, com assistência social e a agricultura familiar dar o apoio. Assim, vão longe. Precisam apenas de um apoio”, comenta o coordenador.

 

Casas – A Colônia conta com 62 casas que podem abrigar em cada uma, dois reeducandos. De acordo com Pedro, é possível atender 120 presos na instituição. “A nossa grande necessidade é uma reforma geral. Forrar as casas, pintar, uma reforma elétrica e hidráulica. É preciso um apoio e atenção. Não temos mais reeducandos por falta de lugar para colocar. Já tem 12 reeducandos para serem liberados pelas escoltas e 35 para serem selecionados. Se adequar, pode aumentar para mais de 100”, explica Marques.

Pedro explica que a cada três dias trabalhados pelos detentos, há a redução de um dia do cumprimento da pena. Outro benefício é que eles recebem 50% da produção realizada e o restante é aplicado para atender as necessidades da Colônia e todos são qualificados por meio de cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e contam com a assistência técnica oferecida pela Empresa Mato Grossense de Pesquisa Assistência e Extensão Rural (Empaer).

 

Ressocialização – Há cerca de sete anos, o detento V.A.B, 33, está preso no sistema penitenciário. Ele é de Jaciara (MT), só que morava em Várzea Grande (MT) antes de ser preso. O uso de diferentes tipos de drogas, fumo e consumo de bebida favoreceram para que o reeducando se envolvesse com a criminalidade. “Em novembro faz três anos (que está na Colônia) e já diminui seis meses (da pena). Na verdade, tive problema nos presídios e tive a oportunidade de reconhecer meu crime. Confessei o nome falso que eu estava depois que comecei a frequentar a igreja. De lá para cá, acabou o problema”, conta.

 

O total da pena do V.A.B é de cerca de nove anos, sendo que está perto eminência para sair da prisão. Ele que foi preso em Sapezal (MT) e conduzido para penitenciária de Campo Novo (MT), teve a oportunidade de ter o contato no início com Pedro Marques e que acreditou na mudança de comportamento e a vontade de recomeçar. “Eu tenho só que agradecer. Ninguém me queria aqui, aí quando recusaram, ele acreditou em mim. Ele pediu para o juiz deixar. Tenho certeza que nunca mais vou praticar o que eu fiz. Já me vejo uma pessoa renovada, com toda certeza. Hoje, não fumo, não bebo ou mexo com drogas. Eu imagino um reencontro com a minha família. Dentre todos, somente a minha família me conhece no meu erro. Quero chegar neles e falar que fui transformado”, emociona o reeducando ao relatar sobre os seus familiares que praticamente não mantém mais contato com ele.

 

Agricultura familiar – O coordenador da Colônia conta que uma das primeiras e grandes conquistas da instituição foi o Termo de Cooperação com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em que concederam materiais e equipamentos que podem ser utilizados pelos reeducandos. “A UFMT não tem mais área na fazenda experimental deles para fazer a pesquisa e estudo. Eles entram com a parte de projetos e maquinários, a gente cede a área e a mão de obra. A produção é vendida por intermediário que vem buscar aqui”, esclarece Marques.

 

Os principais cultivos realizados na Colônia são cana-de-açúcar, mandioca, banana, melancia e maracujá. Pedro comenta que há a criação de suínos e frangos que é para consumo próprio e não tem comercialização. Também, têm a criação de 40 gados.

 

O Delegado Claudinei se comprometeu inicialmente a entrar em contato com o Secretário-Adjunto de Administração Penitenciária da Sesp – MT, Emanoel Alves Flores, para verificar a situação da reforma das casas para receber mais reeducando na instituição.

“Realmente, muito bem conduzido os trabalhos da Colônia com os reeducandos. É uma boa oportunidade para que eles não voltem a cometer crimes e terem a remição da pena com a oportunidade oferecida pela instituição. A gente precisa expandir até mesmo para mais regiões de Mato Grosso. Tivemos o relato de um recuperando e teve a remição da pena. É um trabalho que é possível recuperar estes presos. A gente vai dar o apoio necessário para reformar as casas e trazer mais recuperandos para trabalhar e, assim, poder chegar a 120”, pontua o parlamentar.

 

Na visita também estiveram presentes os representantes do Partido Social Liberal de Mato Grosso (PSL), Leonardo Figueredo do Executivo Estadual e Robert Veiga do Executivo Municipal.