Cana-de-açúcar: usinas de MT em pleno funcionamento

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Diário de Cuiabá

As dez usinas mato-grossenses estão em pleno funcionamento. Desde o início deste mês a maior parte das unidades retomou as atividades e segue a missão de moer 14,5 milhões de toneladas de cana-de-acúçar, temporada que – ao contrário do ano passado, quando foi encerrada precocemente em outubro por falta de matéria-prima – deve seguir até os primeiros dias de dezembro. A maior expectativa do mercado consumidor fica por conta dos futuros recuos sobre o preço do etanol hidratado que desde o início do ano reduziu cerca de 21% em Cuiabá e Várzea Grande.

O volume a ser moído e transformado em etanol e em açúcar é cerca de 9% superior quando comparado ao que foi colhido na safra passada, 13,15 milhões de t, ciclo marcado pela quebra de produção com o inédito encerramento da safra dois meses antes do calendário.

O processo iniciado ainda em abril pelas usinas Itamarati, Cooprodia e Libra foi sintomático no mercado, favorecendo o consumidor. Ainda em abril, o preço do litro do etanol hidratado comercializado nos postos foi sensivelmente passando de R$ 2,29 (teto do ano em Cuiabá e Várzea Grande) até chegar ao preço atual de R$ 1,79, em postos de bandeira branca, aqueles que não têm contrato de exclusividade com nenhuma distribuidora. Do maior para o menor preço registrado nas duas cidades, há queda na bomba de 21,83%.

De acordo com o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool) a colheita, apesar dos registros de chuvas nos últimos dias, segue tranquila e ainda não se pode avaliar se as intempéries deste mês poderão afetar a qualidade da cana e o rendimento do produto.

Conforme o diretor-executivo do Sindálcool, Jorge dos Santos, a expectativa é produzir a mesma quantidade de etanol do ano passado, 850 milhões de litros e ampliar a produção de açúcar, como forma de recompor estoques. “O consumo de etanol caiu no Estado na comparação entre 2011 e 2010, ficou cerca de 20% menor. Por isso, manteremos o volume para reforçar o açúcar que no ano passado somou apenas 390 mil t para um consumo interno (Estado mais vendas interestaduais e internacionais) de 430 mil t. Em função da quebra de produção de cana em 2011 sacrificamos o açúcar e agora todo ganho de 1,4 mil t de uma safra para outra será revertida no produto, que deverá somar 480 mil t”.

VITÓRIA – No início deste mês, em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, o plantio e a industrialização da cana em Mato Grosso e nos estados do Norte brasileiro foram os principais pontos discutidos. Na lei criada em 2009 fica restringido o plantio na bacia do Alto Paraguai, no Pantanal e na região da Amazônia Legal. Conforme o deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT), aproximadamente 83% das áreas de cultivo no Estado podem se tornar irregulares.

“A audiência serviu para, mais uma vez, provar que não existe embasamento técnico para que a restrição seja mantida. A proibição teve critérios políticos. A própria Embrapa Solo tem parecer contrário em relação á restrição”. Ainda segundo Santos, que esteve no evento, ver que o entendimento ecoou foi uma vitória importante ao segmento.

Ainda como explica, como próximo passo, há uma mobilização para extinguir uma resolução do Banco Central que proíbe financiamentos para produtores/usineiros que estejam nas áreas consideradas proibidas pela lei de 2009. “Será um projeto de decreto legislativo que uma vez aprovado pela Casa será derrubado”, explica.

MERCADO – Pela segunda semana consecutiva, o preço médio do etanol hidratado apurado em Mato Grosso é o segundo mais barato do Brasil, conforme pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que observou o comportamento do mercado entre os dias 13 a 19 deste mês. São Paulo lidera o ranking semanal com preço médio de R$ 1,84, seguido por Mato Grosso, R$ 1,95. O litro mais caro do Brasil está em Roraima, R$ 2,55.

Para chegar ao preço médio do Estado, a ANP visita revendas em oito cidades – Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Sinop, Sorriso, Rondonópolis, Alta Floresta e Santo Antônio – e tira uma média de preços. O mais alto registrado foi de R$ 2,40, em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá). Cuiabá exibe o menor valor semanal, média de R$ 1,88.

 

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