Caminhoneiros de MT parados em atoleiro há duas semanas tomam água da chuva para sobreviver

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Foto: Divulgação

Caminhoneiros de Mato Grosso estão há duas semanas com pouca comida e água, no meio dos atoleiros  na BR-163, entre as cidades paraenses de Novo Progresso e Moraes Almeida. Eles chegaram a beber água da chuva, porque a que é levada pelo exército não está em boas condições.

As informações foram passadas pela esposa de um dos caminhoneiros ao site Só Notícias. Segundo ela, seu marido e os outros motoristas esperam a chuva passar para seguir até os portos em Miritituba, Santarém e, receber o frete.

A esposa disse, ainda, que o contato com os familiares é precário, e ela só conseguiu falar com o marido após seis dias, quando ele obteve sinal da torre de telefonia nas proximidades de uma fazenda, a cerca de três quilômetros de onde está parado.

“Eles estão captando água da chuva para beber. A água que chegou com o Exército está indo com má qualidade. Ele disse que não tem como tomar. Eles receberam, ontem, pela primeira vez comida”, afirmou. “A assistência médica ainda não chegou até o ponto onde ele está. Poucas pessoas estão recebendo. Uma pessoa vai em busca de alimento e os outros ficam cuidando dos caminhões. Só que as mercearias menores que estão mais próximas de onde eles estão já não tem mais mantimentos. É um volume muito grande de gente parada. Ele disse que muitos caminhoneiros já estão abalados psicologicamente. Todo mundo tem que ficar muito quietinho pra não gerar nenhum tipo de atrito. As cargas já estão fermentando nas carrocerias”.

Ainda não há estimativas dos prejuízos. O O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) informou, na última terça-feira (5), que vai manter o bloqueio no tráfego em Guarantã do Norte, Mato Grosso, até a próxima sexta-feira (8).

Continua chovendo e, após avaliações técnicas, “constatou-se que o trecho compreendido entre Moraes Almeida e Novo Progresso está degradado, necessitando de bloqueio e de ações emergenciais para restabelecimento da via em cinco segmentos”.  “Os segmentos estão situados em região de aclives compreendidos entre as serras da Castanheira e da Santinha”, explica.

Além disso, o departamento constatou que o “volume de caminhões tornou-se mais intenso na região neste ano”, e este trecho da 163 não pavimentado “tem sido degradado pelas intensas chuvas, o que dificulta a manutenção da trafegabilidade dos caminhões que saem do Mato Grosso com destino aos portos de Miritituba (PA)”.

Os trabalhos de manutenção e a produção de material pétreo para reforço de subleito devem acontecer vinte e quatro horas por dia, e a produção deve chegar a 800 m³ de material diariamente, atendendo a necessidade do serviço.

O DNIT informa ainda que a prestação de assistência em saúde vai continuar na região. Serão disponibilizadas duas ambulâncias, além de equipe médica. Segundo o departamento, refeições e água potável estão sendo disponibilizadas diariamente aos caminhoneiros.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, declarou na 2ª feira, que os 109 km da rodovia no Pará serão pavimentados até o final do ano e os recursos, de aproximadamente R$ 200 milhões, já estão disponíveis. “Os recursos já existem e estão alocados. Precisa esperar a chuva acabar para começar a trabalhar. São 109 quilômetros para pavimentar. O governo vai investir R$ 200 milhões. Não vai faltar recurso. Se precisar, vamos suplementar. Nossa meta é terminar a pavimentação até Miritituba este ano. A gente quer este trecho todo asfaltado até ano que vem, para que nunca mais tenhamos este tipo de problemas”, afirmou Tarcísio, se referindo aos atoleiros que começaram há alguns dias em razão das chuvas que caem na região.

*Com Só Notícias