PF combate lavagem de dinheiro após achar R$ 113 mil com empresário ligado ao PT

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*Fachada da Polícia Federal(Ivan Pacheco/VEJA)
*Fachada da Polícia Federal(Ivan Pacheco/VEJA)

 

Em outubro, policiais apreenderam dinheiro vivo em avião com Marcier Trombiere (ex-Ministério das Cidades) e Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, ex-colaborador de campanhas de Dilma e Pimentel
Por: Felipe Frazão29/05/2015 às 09:24 – Atualizado em 29/05/2015 às 09:25

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta sexta-feira noventa mandados de busca e apreensão em casas de trinta pessoas e nas sedes de sessenta empresas suspeitas de lavagem de dinheiro em Brasília (DF). As investigações da Operação Acrônimo começaram em outubro do ano passado, mês em que a PF apreendeu 113.000 reais em um avião particular que aterrissou no Aeroporto de Brasília vindo de Belo Horizonte (MG). Na aeronave estavam colaboradores da campanha eleitoral do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT): o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e o ex-assessor de comunicação social do Ministério das Cidades Marcier Trombiere.
Bené é ligado ao partido e dono da Gráfica Brasil Editora e Marketing, então fornecedora da campanha de Pimentel e que já manteve contratos com diferentes órgão do governo federal. Em 2010, ele estave envolvido em um escândalo de produção de dossiês contra o então candidato à Presidência José Serra (PSDB), adversário derrotado pela presidente Dilma Rousseff.
Cerca de 400 policiais foram mobilizados para cumprir as ordens da Justiça no Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. A PF investigava há oito meses a organização criminosa que tem contratos com órgão públicos federais com indícios de sobrepreço e outros que nunca foram cumpridos. Os suspeitos foram vigiados e monitorados pela PF. Os investigadores também vasculharam e examinaram dados em notebooks, smartphones e tablets apreendidos no ano passado.
A Justiça Federal decretou o sequestro de um bimotor turboélice avaliado em 2 milhões de reais. O prefixo da aeronave é formado pelas iniciais de familiares do principal investigado, por isso o nome da operação.
As equipes deslocadas pela PF tentam apreender documentos, arquivos digitais e dinheiro para tentar esclarecer a suspeita de que os valores que circulavam nas contas dos suspeitos e das empresas ligadas aos investigados eram pagamentos dos contratos fraudados com órgãos do governo. Eles faziam depósitos e transferências fracionadas de dinheiro (técnica de smurffing) para fugir ao controle das autoridades financeiras e ocultar a origem criminosa, além de usarem laranjas.

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