BA: carroceiro ganha Camaro após comprar bilhete com merenda dos filhos

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Com o dinheiro arrecadado com a venda do automóvel ganho em sorteio, Gilvan da Conceição Silva aposentará seu cavalo Amarelo

 

Gilvan da Conceição Silva, 39 anos, vendeu o carro sorteado por R$ 170 mil Foto: Mário Bittencourt
Gilvan da Conceição Silva, 39 anos, vendeu o carro sorteado por R$ 170 mil
Foto: Mário Bittencourt

Sorteado com um Chevrolet Camaro amarelo, avaliado em R$ 210 mil, em Vitória da Conquista (BA), o carroceiro Gilvan da Conceição Silva, 39 anos, chegou a tirar dinheiro até da merenda dos três filhos para comprar as cartelas de R$ 10 do concurso. O sorteio ocorreu no dia 22 deste mês e, nesta quinta-feira, ele transferiu o veículo para o comprador, que apareceu logo após ele receber o prêmio.

O Camaro foi vendido por R$ 170 mil e, com o dinheiro, ele vai comprar uma carroça nova e outro cavalo, para “aposentar” seu velho companheiro de trabalho, que curiosamente se chama Amarelo.

Gilvan quer investir também na educação dos filhos e comprar um terreno para construir uma casa, já que a residência onde mora é de herdeiros. “Dei a minha parte para um irmão meu, que precisa de ajuda”, falou.

Outra parte do dinheiro será investida numa viagem de três meses que ele pretende fazer com a família, a partir desta sexta, entre Alagoas e Pernambuco.

Com o dinheiro, ele pode, pela primeira vez, comprar presentes de Natal para os três filhos (um menino de 13 anos, e duas meninas, uma de 11 e outra de 9 anos) e fazer uma ceia com direito a frango.

“Vim para Vitória da Conquista trabalhar na colheita do café. Sou de Serra Talhada (PE). Depois que passou a colheita, fiquei sem emprego. Tenho um problema na perna e acho que, por isso, nenhuma firma me contrata. Acabei virando carroceiro e estou nessa profissão há uns 20 anos”, disse.

Do dinheiro do trabalho como carroceiro, ele tira entre R$ 30 a R$ 50 por semana, e diz estar sempre trabalhando, “faça chuva ou faça sol”, carregando lenha, entulho, material de construção, móveis – o que aparecer.

A mulher de Gilvan, Maria Edna Vilas Boas dos Santos, trabalha com ele e cata material reciclável, que transporta na carroça também. No final do mês, eles tiram cerca de R$ 400.

“Nunca pensei em ficar rico, apenas dar uma condição melhor para minha família, e de tanto apostar na sorte acabei ganhando um Camaro amarelo, uma máquina em forma de carro. Mas nem sei dirigir. Tive carro uma vez só, quando fui sair bati num muro e acabei deixando pra lá”, contou Gilvan.

O carroceiro disse que está há um ano apostando na sorte. “Várias contas minhas ficaram atrasadas para que eu pudesse fazer os pagamentos. Deixei de pagar a água, o aluguel do pasto onde fica meu cavalo Amarelo, e para comprar a cartela que me deu o prêmio, deixei de comprar até a merenda das crianças. Ainda bem que valeu a pena.”

Gilvan disse que tinha perdido as esperanças de ganhar o prêmio, mas quatro dias antes do sorteio sonhou com um monte de notas de R$ 100 e ficou confiante. “Além da minha cartela, comprei uma pra minha esposa”, relatou.

“No dia do sorteio, fiz questão de marcar os números. Nas outras, eu sempre ia marcar, mas acabava deixando pra lá, ia beber e quem acabava marcando era minha esposa. Fui marcando, até que acabou o sorteio e vi que tinha faltado um número, o 35. Achei que tinha perdido de novo, fiquei chateado e joguei a cartela no chão, com raiva. Mas minha mulher veio falar comigo e disse que o número 35 tinha saído, e eu dizendo que não. Até que ela me convenceu e depois foi falado meu nome no sorteio, dizendo que eu tinha ganhado. Fiquei mudo, sem reação, sem conseguir falar nada. Apenas abraçava minha esposa”, relembra.

Fonte: Terra

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