Bebê indígena enterrado vivo passa por processo para respirar sem aparelhos

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Do: Olhar Direto

Foto: Rogério Florentino / OD / Reprodução

A Santa Casa de Misericórdia iniciou o processo de desmame da sedação e do respirador da bebê indígena batizada de Analu Paluni Kamayura Trumai, que foi enterrada viva pela bisavó no último dia 5 de maio, para que a menina possa respirar sem ajuda de aparelhos. O estado de saúde da criança ainda é grave, porém estável.
A Santa Casa divulgou nesta terça-feira (19) um boletim médico atualizado sobre o estado de saúde da menina. Ela permanece internada na UTI Neo-Natal do hospital em estado grave, porém estável.

De acordo com a assessoria Analu está reagindo bem ao tratamento, mas continua com insuficiência renal aguda e fazendo diálise peritonial (processo em que um líquido de diálise esterilizado é infundido no abdômen, permanece lá várias horas e então é drenado para fora, e após esse processo, é infundido novo líquido estéril no abdómen e o processo recomeça novamente”.

O hospital ainda informou que foi iniciado o processo de desmame da sedação e do respirador para poder extubar a menina, para que assim ela consiga respirar sem ajuda dos aparelhos.

O caso

Na terça-feira, 5 de maio, a Polícia Civil foi informada de um feto/recém nascido que teria sido enterrado em uma residência, e deslocou para o endereço (rua Paraná) em conjunto com a Polícia Militar.

Ao iniciar escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A bebê, agora identificada pelo Ministério Público como Analu Paluni Kamayura Trumai, foi socorrida e encaminhada para socorro médico imediato.

A bisavó da bebê, , Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06) e na ocasião, alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.

Em continuidade às investigações, a Polícia Civil com oitivas de testemunhas envolvidas no caso, apurou a conduta e participação da avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33.

Ela tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos.