BC europeu impõe juros negativos para evitar deflação

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Presidente do BCE baixou taxas para a zona do euro tentando estimular o crescimento
Presidente do BCE baixou taxas para a zona do euro tentando estimular o crescimento

O Banco Central Europeu (BCE) baixou sua taxa de juros de 0,25% para 0,15% para tentar estimular o crescimento econômico e evitar deflação na zona do euro.

A instituição também reduziu a taxa de depósitos para abaixo de zero, -0,1%, o que significa que os bancos comerciais vão ter que pagar para guardar seu dinheiro com o Banco Central, ao invés de receber juros.

O objetivo é incentivar esses bancos a emprestarem mais capital para o setor de negócios e, deste modo, estimular o crescimento.

O Banco Central Europeu é o primeiro do grupo dos “quatro grandes” bancos centrais (que inclui também o Federal Reserve, dos Estados Unidos, o Banco do Japão e o Banco da Inglaterra) a tomar esse tipo de medida.

“As consequências (da adoção dos juros negativos) são imprevisíveis. Que o BCE tenha escolhido fazer isso é uma indicação muito reveladora de suas preocupações a respeito da fragilidade da recuperação da zona do euro e do risco de deflação”, afirmou o correspondente de economia da BBC Andrew Walker.

Risco limitado

Apesar de o risco de deflação na zona do euro ser limitado, o Banco Central Europeu teme que o crescimento seja muito lento e os bancos façam poucos empréstimos.

Esses dois fatores podem, potencialmente, prejudicar a frágil recuperação econômica do bloco.

A economia da zona do euro ainda está registrando um crescimento de apenas 0,2%. Os gastos dos consumidores, investimentos e exportações estão crescendo em um ritmo mais lento do que no mesmo período de 2013.

A inflação na zona do euro caiu para 0,5% em maio, uma queda em relação aos 0,7% registrados em abril. A taxa está muito abaixo da meta do Banco Central Europeu, que é de 2%.

Caso a zona do euro venha a sofrer deflação, os consumidores devem gastar ainda menos em função da expectativa de que os preços caiam. E, pela mesma razão, o nível de investimentos na economia deve declinar.

Com deflação, também seria mais difícil e levaria mais tempo para pagar as dívidas dos países, companhias e bancos da zona do euro.

O desemprego, que na região já está em quase 12% – e chega a patamares bem mais altos em países como Espanha, Portugal e Grécia -, poderia aumentar.

Todos estes índices e previsões negativas levaram o presidente Mario Draghi e os outros 23 membros do Conselho do Banco Central Europeu a aprovar as medidas anunciadas nesta quinta-feira.

bbc

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