Banco Central libera R$ 18 bilhões em compulsórios para bancos

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G1
Valor representa 10% do crédito de automóveis, informou instituição

O Banco Central informou nesta segunda-feira (21) que foi aprovada uma circular que altera a regra dos depósitos compulsórios (que ficam retidos no BC para controlar a inflação) sobre recursos a prazo, permitindo que as instituições financeiras utilizem aproximadamente R$ 18 bilhões a mais para a realização de novas operações de crédito para financiamento de automóveis e de veículos comerciais leves.

Esse montante representa, ainda de acordo com a autoridade monetária, cerca de 10% do total de crédito concedido ao segmento. “A mudança permite que as instituições financeiras deduzam da base do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo o valor dos financiamentos concedidos a partir de 22 de maio de 2012”, explicou o Banco Central.

Segundo a instituição, essa medida, além de conferir “maior dinamismo a um importante segmento da economia”, tem como objetivo criar “melhores condições para que as instituições financeiras possam adotar políticas de concessão de crédito anticíclicas, sem contudo comprometer os requisitos prudenciais”.

Mais parcelas e redução da entrada
A medida já tinha sido anunciada mais cedo pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Entretanto, ele não forneceu detalhes. Não informou, por exemplo, qual o valor que os bancos teriam a mais para estimular o crédito de automóveis. Se limitou a dizer que os números seriam anunciados posteriormente pelo Banco Central.

“Para o setor automotivo, estamos implementando as medidas financeiras. Os bancos privados e públicos se comprometeram em aumentar o volume de crédito; aumentar o número de parcelas. O financiamento terá mais parcelas, e também se comprometeram em reduzir a entrada para aquisição do bem, além de realizar redução do custo financeiro, ou dos juros do empréstimo. O BC vai liberar compulsório para viabilizar um volume maior de crédito nessas atividades e para reduzir o custo do crédito. Vai reduzir o compulsório para esta carteira de financiamento, para aumentar o volume do crédito e baixar o custo”, declarou Mantega na ocasião.

Inadimplência em alta
Dados do BC mostram que, em março, a inadimplência para compra de veículos, que registra atrasos superiores a 90 dias, atingiu a marca de 5,7%, o maior valor de toda a série histórica, que começa em junho de 2000. Em fevereiro deste ano, a inadimplência destas operações estava em 5,5%. Com isso, os bancos puxaram o freio na concessão de novos financiamentos neste ano.

IOF sobre crédito e crédito para investimentos
Além de anunciar medidas para o setor de automóveis, o governo federal também informou que o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito para pessoa física recuou de 2,5% para 1,5% ao ano. O objetivo é justamente estimular a atividade em um momento de crise financeira internacional. Também foi anunciada a redução dos juros cobrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em linhas para exportação, máquinas e equipamentos, caminhões e ônibus.

 

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