Auditor fiscal acusado de abuso sexual contra três funcionárias é afastado da Sefaz

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Do: Olhar Direto

Foto: Ilustração

 

 

Auditor fiscal da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz), Cristiano Alves Xavier é acusado de abusar sexualmente de três funcionárias, na sede do órgão localizado no município de Cáceres (a 222 quilômetros de Cuiabá). Ele, que responde a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), foi afastado de suas funções por cerca de 30 dias, de acordo com publicação no Diário Oficial, que circulou na última segunda-feira (3).

Todos os casos teriam sido registrados durante o ano de 2018. Foram apurados os seguintes atos infracionais cometidos pelo servidor: utilizar-se do cargo e função pública para trazer fora do expediente de atendimento da Prefeitura de Cáceres uma suposta vítima com intenções subjetivas; utilizar-se do cargo, da função, da repartição pública, mediante força física e coação cometer ato ilícito a uma cidadã (suposta vítima); utilizar-se do cargo, da função, da repartição pública e mediante ação premeditada, força física e coação, cometer ato ilícito com colegas de trabalho (supostas vítimas).

Em sua defesa, o auditor fiscal disse que os fatos narrados no boletim de ocorrência são ilógicos e seriam uma forma clara de prejudicar a sua imagem. Ressaltou ainda que sempre respeitou o ambiente de trabalho, prezando pelo respeito aos seus colegas e de todos em sua volta. De acordo com ele, os fatos descritos no BO são inverídicos.

No entanto, a comissão conclui que as denúncias são verdadeiras, e que houve excesso do servidor no uso do cargo público municipal para seu próprio proveito de forma reiterada, corroborado com ofensa física, ameaças, assédio moral e assédio sexual.

Relato das vítimas

A primeira vítima contou que Cristiano teria sido designado para ir até uma loja, onde ela trabalhava como gerente. Por contas das tratativas de um alvará, ele teria pego o telefone de contato da vítima e insistido para que ela fosse até o órgão, para pegar alguns documentos. A mulher não queria entrar, e disse que pegaria os documentos ao lado de fora, mas após dizer que não poderia sair do seu local de trabalho, pois estava em horário de plantão, a vítima foi.

“Ele veio me agarrando, me puxando, tentou erguer a minha saia que era rodado em baixo, eu puxei a minha saia para baixo, ele ficou me apalpando, abriu a calça, tirou o pênis pra fora e pegou a minha mão e levou no pênis dele, eu puxei e falei, não, não vou fazer isso, nisso ele estava me prensando na parede do corredor e me segurando com uma mão e outra mão dele ele começou bater uma punheta. Ele insistia a todo tempo me levar nessa salinha, assim quando eu resisti ele começou a ficar alterado, agressivo, falar em tão de bravo por eu estar resistindo, em nenhum momento ele me xingou, ele queria o ato de transar comigo, ele falou que me queria que sentia desejo por mim, que ele sentiu desejo por mim desde da primeira vez que me viu”, diz trecho do relato da vítima.

A vítima disse ainda que o servidor pediu para que ela o beijasse, ou poderia acontecer alguma coisa.  “Eu falei então tá, vou te beijar e aí você me solta, foi quando aceitei, dei um beijo nele, foi quando ele terminou o processo de ejaculação, o qual ejaculou na parede, nisso, como eu estava de costa na parede, consegui abrir a porta, nisso ele estava terminando ejacular e falou que ia se limpar, entrou para lá no fundo e eu sai, fiquei um pouco dentro do carro, sem entender” descreve.

A segunda vítima contou que estava no banheiro feminino, quando notou alguém tentando abrir a porta. Por pensar que poderia ser alguma mulher, saiu do banheiro e foi puxada por Cristiano e levada ao banheiro masculino. A vítima teve a boca tampada e o homem começou a se masturbar. “Depois que ele terminou ele abriu a porta, saiu, viu que não tinha ninguém, falou que eu já podia sair, que não era para eu comentar com ninguém, pois poderia me prejudicar também”, relata.

A terceira vítima também estaria no banheiro feminino, quando foi puxada pelo homem e levada ao banheiro masculino. No local, o homem teria desabotoado a calça e se masturbado em frente da mulher, enquanto a segurava. “Quando ele terminou isso, colocou o pênis para dentro da calça, ele abriu a porta, falou para eu esperar para ver se não tinha ninguém passando, ai ele voltou, foi para a sala dele, aí eu saí, voltei para o banheiro feminino para passar um pouco o que eu estava sentindo”, disse.

Cristiano chegou a solicitar o pedido de exoneração do cargo de auditor, no entanto, ele foi indeferido até a conclusão do PAD e cumprimento da penalidade, caso aplicada. O prefeito Francis Maris deverá analisar o caso, que também é apurado pela Delegacia Especializada da Mulher.