Área cultivada de algodão recua com cenário externo adverso, diz Conab

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G1

 
A área cultivada com algodão foi definida no nono levantamento da safra 2011/2012, divulgado nesta terça-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 1,398 milhão de hectares. Houve leve recuo, de 0,2%, na área, em relação ao 1,4 milhão de hectares cultivados na safra passada. Em novembro do ano passado, às vésperas do plantio, a Conab projetava um crescimento médio de 5,6% do plantio de algodão, chegando a 1,479 milhão de hectares.

Segundo os técnicos da Conab, a reversão da intenção de plantio se deve às alterações no cenário internacional, provocados pelo aumento da produção e pela redução do consumo mundial, que culminaram na elevação dos estoques de passagem e na forte queda nos preços, tanto no mercado externo quanto no interno.

A produção de algodão em pluma é estimada pela Conab em 1,97 milhão de toneladas, volume 1% acima do previsto no levantamento de 2011, que era de 1,95 milhão de toneladas. A previsão é de crescimento de 0,5% em relação ao 1,959 milhão de toneladas colhidas na safra passada

O levantamento de campo realizado pelos técnicos da Conab constatou que o plantio do algodão foi concluído nas principais regiões produtoras do País. No Mato Grosso, maior produtor nacional, o quadro climático favoreceu a fase de abertura das maçãs. A previsão é de que o clima continue favorável e confirme as expectativas de bons índices de produtividade. Os trabalhos de colheita devem começar na próxima semana.

Os técnicos da Conab relatam que no oeste da Bahia as lavouras de algodão sofreram com a escassez de chuvas verificada em janeiro e fevereiro. “A partir da segunda quinzena de março, os volumes de chuvas voltaram a ser registrados, porém, de forma tímida. Assim, estima-se que haja uma redução da ordem de 12,0% no rendimento médio estadual”, diz o relatório.

Em Goiás, terceiro maior produtor, a área plantada foi reduzida em 17,3%. Os técnicos dizem que a estiagem ocorrida no fim do mês de março e começo de abril, não afetou o desenvolvimento da cultura. A maioria das lavouras já está em fase de formação de capulhos.

O levantamento mostra que em Minas Gerais as lavouras estão se desenvolvendo bem, à exceção do norte mineiro, onde a estiagem provocou abortamento de flores e frutos. Os técnicos comentam que a colheita em Minas já se iniciou e deverá se estender até setembro. O rendimento médio projetado é de 3.736 quilos/hectare, 2,0% acima do observado no ano passado.

A estimativa da Conab é de que a produtividade média do algodão em caroço deva alcançar 3.740 quilos/hectare, ante 3.705 quilos/hectare obtidos na safra passada. Na opinião dos técnicos, além do clima favorável na maioria das regiões, outro fator que contribuiu para o leve aumento da produtividade foi o pacote tecnológico aplicado pelos agricultores, principalmente na região Centro-Oeste, onde as estimativas de rendimento ultrapassam os 3.800 quilos/hectare.

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